Depois do discurso proferido pelo Presidente da República na Assembleia Nacional sobre o Estado da Nação, os deputados da UNITA, na qualidade de maior força política na oposição, em modo de repúdio, tornaram público uma fotografia, que gira agora pelas redes, em que o grupo parlamentar do Galo Negro levantava um cartão vermelho à João Lourenço, quando sempre teve nas mãos a possibilidade de fazer mais e melhor.
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Por: Kizúa Massoxe
Em ciência política diz-se que após as eleições “ninguém ganha”, sendo que aquele que é mais votado exerce o poder e os outros fiscalizam. Entretanto, enquanto fiscalizadores, seria tarefa da UNITA anotar os erros do MPLA, enquanto partido governo, elencar soluções e apresentar em fórum próprio para que, deste modo, a oposição não deixe as claras apenas a vontade exacerbada de também governar, mas sim o seu compromisso estreito de resolver os problemas do povo.
Na arena política angolana, o partido do Galo Negro desempenha um papel preponderante, porém começo a ter certeza que não o faz por merecer. Por se tratar de um partido que sobreviveu a inúmeras fases, e maioritariamente gerindo problemas, a UNITA deveria ter uma postura mais coesa e madura relativamente ao Estado da Nação e, sobretudo, no âmbito do seu exercício total para ganhar o poder.
A UNITA, agora então sob a liderança de alguém jovem, Adalberto Costa Júnior, devia fazer uma análise a ela mesma, para dar início a uma nova fase, e parem urgentemente com actos baratos e absurdos que envergonham o painel político de Angola, como deputados combinarem em levar cartões vermelho para posteriormente fazer uma foto para postar nas redes sociais, para ganhar populismo. Não é só isso que o povo espera da oposição.
Diferente da Europa e de outras realidades internacionalmente, em qualquer outro país democrático, vemos uma oposição forte que não se concentra simplesmente a endereçar críticas ao partido que governa, tal como vemos cá a UNITA, A FNLA, PRS e outros que concorrem ao poder. Vê-se uma oposição que contribui cabalmente para a melhoria dos problemas que afligem o povo.
Como “o fim único da política é o poder”, tal como afirma o catedrático português Diogo Freitas do Amaral, em História das Ideias Políticas, como pode a UNITA chegar ao poder, se não traz soluções para os problemas dos angolanos, quando simplesmente levam cartões vermelhos a Assembleia Nacional?