Desde a luta de libertação de Angola que a União Nacional para Independência de Angola (UNITA), até os dias de hoje, que esta pesada força política é vista como o partido que instituiu a democracia em Angola. Por conta das variadas lutas levadas a cabo pelo seu fundador, Dr. Jonas Savimbe, a qual faço uma veemente vénia. E assim, por diversas zonas daqui, ou acola, o pensamento é este.

Além desta realidade “indubitável”, a mesma força política, que é a maior da oposição, vende sonhos aos angolanos e angolanas que, deveras, tem o melhor programa de governação por ser um grupo com melhor coesão interna, onde impera internamente a democracia, sem fracções ou quaisquer indícios de falta de alinhamento nas ideologias entre os membros. Ena! Que bom para nós, angolanos…
Devo confessar que, para instituir uma democracia efectiva em Angola e dar aos angolanos uma governação categoricamente diferente e que apontam para a melhoria, é curial que as organizações partidárias que concorrem ao poder sejam, de certeza, coesos e bem mais alinhados que o partido que governa, pois, se tivessem o poder, estariam a provar ao povo que não passavam de incongruentes com um desejo patológico pelo poder.
É verdade que “quem não lavou a louça de sua casa, não pode garantir que deixará um «brinco» a de seu vizinho”, tal como infere esta máxima. Entretanto, se a UNITA se cognomina mãe da democracia em Angola e o partido onde paira a liberdade de exposição do pensamento de cada um, pergunto ao caro leitor: como um partido de gigante harmonia com o certo pode ter internamente todas estas irregularidades e acções que desviam-se daquilo que aclaram que hão-de mudar em Angola?
Reflictamos: há anos que a UNITA diz que em Angola não há democracia, porque o partido governo, MPLA, não é um partido que goza de democracia internamente. Porém, quando surge a necessidade, membros do partido “justiceiro” soltam as suas garras, chocando agressivamente com os ideais que “defendem”. Muitas “telenovelas”, mostrando as incoesões foram exibidas, desde quando Abel Chivukuvuku contestou, ao perder por Samakuva, ao ponto de o ter feito arrumar as malas e sair da UNITA. Vimos mais capítulos dela ao longo do congresso que culminou com a vitória de Adalberto da Costa Junior, onde inclusive surgiram insultos e actos de tribalismo dentro da organização. Agora, após o último congresso da organização feminina do partido, LIMA, a historieta ofereceu aos telespectadores mais uma cena onde o salpico deixou o tempero bem mais supimpa.

A reeleição de Helena Bonguela, à presidência da LIMA, deu vida a um mar de contestações relativamente a fiabilidade dos resultados, tornando mais claro as incoerências que residem no âmago de um partido que almeja acabar com as incoerências de toda uma nação. Irónico, não acha?
Portanto, precisamos estar antenados diante de cada anomalia que os partidos opositores vão cometendo no seio das próprias organizações, de modos a fazermos analogias bem mais amplas e penduradas em factos reais, que podem sempre mostrar que a luta pelo poder impele os agentes políticos a aplicarem-se títulos e difundirem discursos demagogos que não casam com o ambiente interno.