O Pacto Global, embora de adesão voluntária, possibilita parcerias necessárias anti-corrupção no sector empresarial público e privado, de maneira que as organizações estejam unidas pelo fim deste mal social, a julgar pelos seus efeitos devastadores nas sociedades.
A empresa nacional transportadora de cargas, transitária e operadora de terminais portuários e aeroportuários (Unicargas) foi admitida membro do Pacto Global das Nações Unidas, instrumento regulador de políticas e práticas de gestão empresariais.
O Pacto Global é uma iniciativa desenvolvida pelo antigo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, com o objectivo de mobilizar a comunidade empresarial internacional para, nas suas práticas de negócios, adoptarem valores internacionalmente aceites nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção.
Angola tem apenas sete empresas que aderiram, voluntariamente, ao Pacto Global das Nações Unidas contra a corrupção, designadamente os portos de Cabinda, Lobito, Luanda e Namibe e duas instituições (a Associação Cristã de Gestores e Dirigentes – ACGD – e o Comité de Ética Angola).
O coordenador da Comissão de Gestão da Unicargas, Joaquim Piedade, disse que a empresa está pronta para os desafios que o Pacto Global coloca. O responsável defendeu também a necessidade da realização de encontros, pela via remota, tendo em conta o momento que se vive.
Para servir de elo com a agremiação, foi indicada Ondina Baltazar para representar a Unicargas junto do Pacto Global.
“É uma conquista que nos liga a um conjunto de empresas que se comprometem com uma gestão sustentável e isso aumenta a nossa credibilidade a nível nacional e internacional”, destacou Ondina Baltazar.
Por seu turno, o presidente da Associação Cristã de Gestores e Dirigentes (ACGD), Zeferino Estêvão Juliana, disse que o país tem necessidade de um código de ética, enquanto instrumento orientador nesta empreitada diplomática junto do Pacto Global.
O responsável lembrou que, no passado, esse instrumento internacional das Nações Unidas orientava as suas estratégias diplomáticas na guerra e paz que o mundo enfrentava, mas, hoje, o Pacto Global defende os direitos humanos, trabalho, meio ambiente e luta anti-corrupção.
Por isso, assegura que há necessidade de assessoria e formação contínua aos membros, de forma a enfrentar, com brilho diplomático, os desafios do Pacto Global com acções participativas e integrativas. Nesse capítulo, a instituição pretende ministrar dez formações, de 70 horas lectivas, com destaque para a liderança empresarial, ética e plano de sustentabilidade.