TV Palanca passa para a esfera do Estado

O Serviço Nacional de Recuperação de Activos da Procuradoria-Geral da República (PGR) entregou, ontem, a TV Palanca ao Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social.

PCA da TPA coordena a Comissão de Gestão que deve concluir reestruturação da empresa

Num comunicado, divulgado ontem, a PGR informa que o Serviço Nacional de Recuperação de Activos procedeu à entrega formal, ao Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, da empresa Interactive, Empreendimentos Multimédia Lda, integrada pela Palanca TV, Rádio Global e Agência de Produção de Programas de Áudio e Visual, por ter sido constituída com fundos públicos. A entrega, segundo a PGR, inclui as instalações, equipamentos, emissão e vínculos com os trabalhadores e colaboradores.

Francisco Mendes coordena

O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social determinou, ontem, por despacho, a cessão das funções dos integrantes do Conselho de Administração da Interactive Empreendimentos e Multimédia Lda. Assim, deixaram de exercer cargos Henrique Manuel João dos Santos, Belchior Miguel de Carvalho, João António Saraiva Belo e Eustáquio Lima Augusto César, presidente do Conselho de Administração, director da Rádio Global, director-geral da Palanca TV e assessor técnico, respectivamente.

Para integrarem a Comissão de Gestão da Interactive foram nomeados Francisco José Mendes, Zurema Rosana de Oliveira Rodrigues Dias e António Sebastião Lino, nos cargos de coordenador-geral, coordenador da Palanca TV e para a Rádio Global, respectivamente.

Segundo o despacho do ministro Manuel Homem, a Comissão de Gestão dispõe de 120 dias para concluir as acções que visam a reestruturação da empresa, submetendo, depois desse período, o respectivo relatório final.  A 31 de Maio, a PGR informou que o sócio maioritário da TV Palanca tinha entregue, voluntariamente, a estação ao Ministério Público, alegando problemas financeiros para manter o projecto e o pagamento de salários.

Na ocasião, o porta-voz da PGR, Álvaro João, explicou, ao Jornal de Angola, que o sócio da TV Palanca, cuja identidade não revelou, alegou, igualmente, que já não tem fontes alternativas para manter o órgão em funcionamento. Em finais de Julho, a Procuradoria-Geral da República entregou, ao ministério, as empresas de comunicação social privadas do grupo Media Nova.

Através de comunicado, o órgão judicial adiantava que a entrega das empresas da Media Nova (que inclui o jornal “O País”, “Rádio Mais” e a “TV Zimbo”) ocorreu, através do Serviço Nacional de Recuperação de Activos, “em virtude de terem sido constituídas com o apoio e reforço institucional do Estado”.

No princípio deste mês, o Governo, na voz do ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Manuel Homem, garantiu que vai manter os postos de trabalho no jornal “O País”, na “Rádio Mais” e “TV Zimbo”.

Manuel Homem, que falava à margem de um encontro com a então direcção do grupo Media Nova, prometeu, também, que seria mantida a linha editorial dessas empresas, porque o Estado pretende manter a pluralidade e diversidade da informação no país. 

Manuel Homem disse estarem criadas as condições para que a normalidade das empresas do grupo se mantenha, tendo anunciado a pretensão da venda das mesmas ao sector privado, via concurso público.

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