Os trabalhadores da Paviterra, que operava no segmento da construção civil e que está em fase de liquidação, consideram «fantasma» o surgimento da empresa Kafrum na estrutura societária da companhia e uma “manobra dilatória” que visa adiar o processo de indemnizações, apurou o Novo Jornal.

“Até onde é do nosso conhecimento, enquanto colectivo de trabalhadores, desconhecemos a existência da empresa Kafrum, que dizem ser, agora, detentora de 49% das acções da Paviterra. É, claramente, uma engenharia engendrada para adiar o pagamento das nossas indemnizações e das nossas reformas.
É uma forma que encontraram para justificar o impasse na realização da tal assembleia de sócios. Desde quando é que esta empresa existe, se muitos de nós, com mais de 30 anos de “casa”, nunca a conhecemos?”, indaga o Grupo de Acompanhamento, que negocia com o Governo o processo de indemnizações.
O grupo representativo dos trabalhadores da Paviterra manifesta “total desagrado” por, volvidos 10 meses desde a última reunião”, nada ter sido feito para o pagamento de cerca de 5 milhões USD que diz ser o valor das indemnizações a 507 trabalhadores, 47 dos quais já falecidos.
“A única empresa privada que já fez parte das acções da Paviterra é a Mota & Companhia, que saiu da Paviterra em 2008. De lá para cá, o Estado havia assumido todas as acções da empresa. Chega de manobra dilatória e resolvam o nosso problema”, apelam os trabalhadores, que se queixam do silêncio da actual direcção do Instituto de Gestão de Activos do Estado (IGAPE).