TPA e ZIMBO no Bié: Cobertura jornalística ou propaganda política?

No sábado (12) fomos invadidos pela TPA e a TV Zimbo com as soberbas imagens do Presidente da república na inauguração do Novo Hospital Geral do Bié, onde depois do corte da fita, foi realizada uma conferência de imprensa que elevou os órgãos públicos para o pódio da propaganda política do PR, ao ignorarem os jornalistas locais e impedi-los de questionarem o presidente que estava na província deles.

Há muito que a credibilidade da TPA é questionada quando se trata de reportar questões políticas, pela tendência propagandista e a parcialidade que está imprimir ao partido do governo e a TV Zimbo vai dançando a mesma “música”, agora que passou para as rédeas do governo. Não há nada de novo neste comportamento de darem primazia a estes órgãos em detrimento dos outros, mas desprezarem até os profissionais locais é o cúmulo da gestão da assessoria comunicativa.

A equipa da assessoria de comunicação do Presidente precisa saber que os tempos estão em constantes mudanças e a nossa comunicação tem de se adaptar ao novo paradigma e deixar de alienar os meios de comunicação social que são sustentados com os fundos públicos, tornando-os como meios de propaganda eleitoral antecipada, como já foi cultura nos anos passados é novamente neste cenário que estamos a voltar, em que os meios públicos são utilizados para lavagem da imagem do partido da situação.

Como é possível levar uma equipa de jornalistas de Luanda com perguntas ensaiadas para apresentarem as preocupações da província ao presidente da República, até onde a minha pouca inteligência vai, faz-me perceber que esta é a pior forma de se fazer propaganda. Primeiro, pelos elevados custos de transporte, alimentação e alojamento das equipes que se deslocaram, numa fase em que pede-se para que os pobres continuem a fazer sacrifícios porque o país não tem dinheiro, os que gerem o pouco que temos, o gastam desnecessariamente.

Segundo, ao não permitir que os profissionais locais fizessem perguntas é uma demonstração clara de desprezo e inferiorização das demais províncias em detrimento de Luanda, queriam com isto dizer que estes profissionais não têm a inteligência necessária para questionar o PR, ou qual é a mensagem que queriam passar?

E agora o pedido de desculpas do senhor Luis Fernando, não cola (as intenções ou palavras podem ser as mais acertadas, mas acções ainda continuam a ser às mesmas), devem aprender a fazer o certo para evitar pedir desculpas e acima de tudo lembrar sempre que Angola não é apenas Luanda.

Por: Pumba Kibozo

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