Suspensão das aulas em Luanda afeta dois milhões de alunos

A suspensão das aulas na capital angolana desde março passado, por força da pandemia, afectou cerca de dois milhões de alunos e 32 mil funcionários, entre docentes e não docentes, afirmou a governadora de Luanda, Joana Lina.

A responsável, que falava hoje na abertura de um “Encontro de Reflexão sobre o Direito à Educação e Formação em Contexto da covid-19” deu conta que 21.384 pessoas, entre professores, pessoal administrativo, pais e encarregados de educação, foram já capacitadas para lidar com os alunos em tempo da pandemia.

Entre as ações das autoridades de Luanda, foco da pandemia em Angola, está a elaboração de um protocolo de entrada e saída dos alunos, como um instrumento que define os procedimentos a observar por todos os membros da escola, visando o retorno às aulas, ainda sem data.

“No domínio da preparação das escolas, o objectivo foi elaborar um plano geral de preparação que pudesse assegurar que as mesmas estão prontas para receber os alunos”, disse Joana Lina.

A covid-19 obrigou a encerrar cerca de quatro mil escolas na capital angolana.

As aulas no ensino geral e universitário em Angola foram suspensas em março, antes de o Presidente angolano, João Lourenço, decretar estado de emergência, que decorreu entre 27 de março e 25 de maio, visando conter a propagação da covid-19.

No quadro da preparação de condições para a reabertura das escolas e o regresso com segurança dos membros da comunidade escolar, o governo de Luanda elaborou uma estratégia com a preparação das pessoas e das escolas a constituírem os eixos centrais.

Sem apontar um horizonte temporal para o retorno às aulas, Joana Lina adiantou que o seu governo já desenvolveu “várias actividades de mitigação das dificuldades no domínio do fornecimento de água e energia eléctrica” nas escolas de Luanda.

As iniciativas que foram sendo tomadas, frisou, visam fundamentalmente “tornar a escola um lugar atrativo, capaz de proporcionar segurança aos alunos, professores e pessoal administrativo” para que a mesma continue a cumprir a sua missão.

A governadora de Luanda considerou também ser “urgente e absolutamente imperioso” que a escola se “reconfigure e se adapte rapidamente a este novo contexto para continuar a desempenhar validamente esta missão”.

“É importante, para o efeito, recorrer a todos os meios técnicos e tecnológicos susceptíveis de auxiliar a estratégia do sector no capítulo da reconfiguração da escola e da sua adaptação ao novo normal”, defendeu.

De acordo com Joana Lina, o aumento exponencial de casos, em Luanda, “obrigou a reorientar a estratégia de engajamento comunitário definida na primeira fase do combate à covid-19”.

“Precisamos encontrar caminhos e decisões para o regresso às aulas”, exortou.

As implicações da covid-19 na educação e formação das crianças e jovens em Angola foi o propósito do encontro, promovido pelo Ministério da Educação angolano, que juntou actores públicos e privados do sistema de ensino e aprendizagem.

O ano lectivo em Angola tem início normalmente em fevereiro e termina na primeira quinzena de dezembro.

Angola, que desde 26 de maio vive situação de calamidade pública, conta atualmente com 1.935 casos positivos da covid-19, sendo 1.215 activos, 88 óbitos e 632 recuperados.

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