Quando nos foi negado o direito de sermos pessoas, nos fizeram escravos e assim ficamos até 1888. No dia 14 de maio, passamos a ser estorvos, coisas lançadas às ruas, no intuito de embranquecimento da população brasileira, onde as terras que deveriam ser compartilhadas conosco, foram doadas, dadas como cotas para estrangeiros, onde estes receberam propostas do governo brasileiro, recebendo, além das terras, ferramentas, alimentos, sementes e dinheiro. Aos negros, restaram às ruas e nas ruas tudo faziam para ficar próximos da civilização e um possível mascate, um alimento, uma oportunidade.
Os brancos passaram a reclamar com o atual Estado, ocasião em que passaram não só a negar os negros, como expulsá-los das cidades. Àqueles que trabalhavam enquanto escravos nas casas dos senhores de engenho, sabiam ler e escrever, entre outras tarefas que este “refinamento, fruto da separação,” o fez “diferente.” Dois episódios nasceram neste movimento: o racismo e o preconceito. Calma! Explico, claro! Racismo: onde o preto escravo da senzala é coisa e como coisas são descartáveis e nada merecem, como jogar um móvel num terreno baldio.
Por negro refinado se distância do negro senzala, para poder sobreviver entre os brancos. Dito isso, vou pular diversas fases, até que na Constituição de 1942 ou 47 (detalhe), passamos a ser notados como pessoas e nesta ocasião já ocupavamos os morros que são as favelas hoje.
Antes mesmo do fim da escravatura, foi feito o 1o senso no país, mentindo nosso verdadeiro número. A partir daí, nunca mais deixaram de contabilizar e assim aferir a população e seu processo de crescimento e desenvolvimento.
Nasceu o IBGE e passaram a manter essa diferenciação de tons de pele, onde foi criado o negro, o pardo, mameluco, cafuzo entre outros. Toda essa “manobra” sempre teve um único intuito: separar quem representava o maior contigente da população, afinal com consciência de que existem mais de 30 tons de pele no Brasil, digo-lhe que quando você deixar de ser “papel”, afinal ser “Pardo” e ter cor de papel, saberá que você é preto, ou você é indígena. Só lhe resta essas alternativas claro, observando, também, traços físicos, fios dos cabelos, etc. Assim sendo, durante muito tempo, um negro de pele clara desprezava seus cabelos para poder sobreviver e se desenvolver entre brancos, a classe dominante, mas em número menor! Agora estamos no século XXI, pandemia, Covid-19 + Bolsonaro 17, e porque dessa forma? Porque estamos vivendo um momento único, a tempestade perfeita! Para o atual presidente, é hora de permitir que pretos, pobres e desfavorecidos morram, diminuindo o número de pessoas gerando despesas, as mesmas que construíram toda a riqueza do país e mortos, podem auxiliar na diminuição da responsabilidade do Estado, como se não fossem esses que ajudam a roda girar! Quanto aos idosos, opa! Mais uma oportunidade para diminuir o rombo da previdência, gerado pelos ladrões de colarinho branco de todos os tempos! Aí você me diz que sou um negro “livre acesso,” os “aceitos” pela sociedade dominante e que devo me entender como superior ao povo sofrido da favela e tudo bem? Ou seja “farinha pouca, meu pirão primeiro,” e tudo numa boa, é isso? Aí é que nos separamos.
Fui me desenvolver e essa busca por evolução me “lavou os olhos,” e me fez enxergar quem sou na fila do pão, uma gíria muito utilizada hoje em dia! Viver neste planeta e desejar futuro requer evolução e para minha continuidade e de muitos pensadores bem mais evoluídos do que eu, não há como enxergar o “eu” sem olhar e trabalhar pelo “nós” e a forma mais sucinta para fazer isso é através da política, onde você tem representatividade, cria, aprimora leis e torna o país justo, para todos e não para uma parcela da humanidade. Ganhar dinheiro é uma consequência e quero o necessário! Deixar um legado no processo de mudança de uma nação, este é o meu propósito! Gratidão pela oportunidade de enxergar que após a tempestade, há de surgir a Bonanza. Que colhamos os resultados!