“Pula Pula” condenado a quatro anos de prisão maior e ao pagamento de 12 milhões de kwanzas

Flávio Pascola Tavares, o temido agente do Serviço de Investigação Criminal (SIC) também conhecido por “Pula Pula”, e Adriano Paulo Pacavira envolvidos em furto qualificado em 2018, onde surripiaram mais de 33 milhões de kwanzas, em casa de uma cidadã estrangeira, foram condenados nesta quinta-feira, 06, a quatro e três anos de prisão, enquanto os outros comparsas tiveram penas suspensas por não terem partilhado do dinheiro roubado.

“Pula Pula” e Adriano Pacavira, uns agentes do (SIC) e o outro colocado na Direcção de Viação e Trânsito, tiraram proveito do vinculo que tinham com o Ministério do Interior, e entraram com a lição estudada a casa da senhora, onde, numa máquina de lavar, encontraram os valores.

A Juíza da causa, Jorgina Falcão, condenou Adriano Pacavira na pena de três anos de prisão maior, e deve pagar uma taxa de justiça de 300 mil kwanzas, e indemnizar a ofendida.

Assim sendo, para além do valor que já restituiu, Adriano deve pagar 2 milhões e 783 mil kwanzas. Quanto ao Pula Pula, foi condenado a pena única de quatro anos de prisão maior, deve pagar 300 mil kwanzas para taxa de justiça, e indemnizar a ofendida no valor de 12 milhões e 89 mil kwanzas. 

Penas suspensas

Os advogados recorreram da pena e os réus vão aguardar em liberdade, com a condição de nos próximos cinco dias pagarem uma caução no valor de 300 mil kwanzas. 

O Tribunal disse ainda não ter ficado provado as acusações de roubo qualificado e associação criminosa que pesam sobre os réus, defendendo que houve sim furto qualificado, pois, sustenta, a entrada dos réus em casa da ofendida, não foi feita com o uso da força e ameaças de violência, o fundo da situação foi a subtracção dos valores contra a vontade da ofendida. 

Com o processo nº 124/19-b, “Pula Pula” está a ser julgado na 6ª Secção dos Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda estando a dirigir o julgamento a Josina Ferreira Falcão. 

Numa máfia envolvendo os “graúdos” do SIC, “Pula Pula”, foi arrolado num processo onde os queixosos, comerciantes ligados ao Mártires, estão envolvidos em compra e venda de diamantes.

Segundo dados da instrução processual obtidos pelo O Decreto, os valores saíam das Lundas, do comércio de diamante levados para Luanda em dólares e depois retornavam para o mesmo sítio em kwanzas, transportados por agentes do Serviço de Investigação Criminal (SIC) e neste período programavam-se os assaltos para o sumiço dos valores.

Flávio Pascoal Tavares “Pula Pula” e seus colegas teriam alegadamente roubado a um cidadão de nacionalidade maliana o valor de 33 milhões de kwanzas.

Nascido no bairro Cazenga, “Pula Pula” cresceu e notabilizou-se no Bairro da Madeira, Frescangol, localidade onde fez a sua carreira criminal. Por dominar o mundo do crime, o Serviço de Investigação Criminal recrutou lhe para integrar a equipa de execução da Esquadra do IFA [Comando de Divisão do Cazenga].

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