A Sociedade Mineira de Catoca assume o compromisso de continuar a apoiar iniciativas culturais, de carácter inclusivo, no fomento das artes, que possam ter um impacto positivo nas comunidades, afirmou o chefe de Departamento e Sustentabilidade da sociedade, Flávio Fernandes.
Patrocinador oficial, este ano, do CIT, o responsável disse que o teatro ao longo dos anos, mesmo com as dificuldades enfrentadas, tem sabido desempenhar um papel importante na cultura da paz e no ano em que o projecto “Catoca” celebra 25 anos se juntam a iniciativa do programa “Cultura para Todos”, iniciativa do grupo Pitabel, no âmbito das responsabilidades sociais.
Flávio Fernandes realçou que têm sido muitas as acções realizadas na esfera da promoção das actividades socioculturais e artísticas. “O teatro congrega muitas outras manifestações culturais e na promoção dos valores cívicos e culturais, no exercício de uma cidadania inclusiva e responsável”.
Para o responsável, a importância social do teatro está além da promoção da arte, por permitir a descoberta de outras valências no desenvolvimento de competências na juventude, que precisam de incentivos e apoios. “Assumimos o compromisso de continuar cada vez mais apoiar projectos que possam ajudar o país”.
Promover talentos
Por sua vez, o director-geral do CIT, Adérito Rodrigues, destacou a importância do festival, pelo contributo prestado a massificação da história e cultura no país e na diáspora, com realce para os países de expressão portuguesa (CPLP). Internamente, subscreveu, o projecto notabilizou-se como promotor do associativismo artístico-cultural por via da realização de actividades artísticas com suporte na formação e identificação de talentos.
Ao longo dos cinco anos, afirmou, foram realizados um total de 257 espectáculos de teatro, com a participação de 221 grupos nacionais, e 36 grupos internacionais. No domínio da formação, lembrou, o CIT já formou 200 artistas, entre directores, encenadores e actores. No âmbito da assistência o projecto recebeu 55 mil espectadores. “Ao longo dos cincos anos tivemos a possibilidade de trabalhar com professores nacionais e estrangeiros”.
No domínio das parcerias destacou a colaboração com a Comissão Nacional de Angola para a Unesco, dos Festivais Internacionais de Teatro Periferias e Medronho, (Portugal), e de Inverno, (Moçambique).
O homenageado
O escritor e dramaturgo Fragata de Morais, homenageado desta edição do CIT, agradeceu a iniciativa, sobretudo por ainda em vida poder testemunhá-la. A homenagem, disse, tem um significado bastante profundo, tendo encorajado os mentores do projecto a continuarem, mesmo diante das enormes dificuldades.
Apesar das condições ao longos dos 45 anos, os fazedores de teatro, têm conseguido sobreviver as dificuldades. “Tenho um profundo respeito e consideração por todos que persistentemente vão mantendo o teatro funcional com os poucos apoios. “Lembro que no passado existiram casas de cultura nas periferias, onde era representado o teatro e outras manifestações artísticas”.
Fragata de Morais espera, em breve, voltar a escrever e readaptar projectos que, provavelmente, poderão ser transformadas em novas peças de teatro. “Tenho muitos escritos que podem ser adaptados às artes cénicas, nada muito difícil de se fazer”. Quando a revitalização do seu teatro infantil “Mestre Tamoda” garantiu poder ser uma possibilidade.