O sector da Saúde vai continuar a conhecer novos investimentos, com realce para a construção de mais unidades sanitárias, de todos os níveis, desde o primário ao terciário, até ao melhoramento do Sistema Nacional, assegurou, quinta-feira, em Luanda, o Presidente da República, João Lourenço, na cerimónia de inauguração da 1ª fase do Hospital Militar Principal-Instituto Superior.
O Presidente da República, que se fez acompanhar, nesta actividade, da Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, referiu que toda a atenção, para este sector, é pouca, tendo, por isso, adiantado que o Executivo vai continuar a colocar à disposição os recursos que forem necessários para a redução do défice ainda existente no país em termos de unidades hospitalares.
“O dinheiro pode não estar disponível nos cofres das Finanças, mas vamos arranjá-lo. Esta é uma luta permanente por conseguir receitas e orçamento para a execução dos projectos que nós consideramos importantes”, disse João Lourenço, acrescentando que este esforço se vai estender, também, à aposta na formação e contratação dos quadros que vão trabalhar nestas unidades hospitalares. “Este processo é contínuo”, atestou o Chefe de Estado.
Quanto à construção de unidades hospitalares para as Forças Armadas Angolanas (FAA), o Presidente da República reiterou que, além do Hospital Militar Principal-Instituto Superior, estão em construção quatro outras unidades regionais, que podem ficar aprontadas já em 2025, por altura das comemorações dos 50 anos da Independência Nacional, a assinalar-se a 11 de Novembro.
O Titular do Poder Executivo disse estar, igualmente, em carteira a construção de um novo Hospital Militar na Zona dos Quartéis, no Grafanil, em Luanda, cujas obras, ainda sem data de início, já estão programadas.
O objectivo, com estes investimentos no sector da Saúde das FAA, explicou o Chefe de Estado, passa por provocar uma viragem “importante” na assistência médica e medicamentosa para os militares, os familiares, assim como para a Polícia Nacional, que também beneficia destas unidades, dado o facto de não dispor, ainda, de hospital próprio.
Para a parte civil, João Lourenço reiterou a inauguração, para este ano, dos novos hospitais gerais de Viana e Cacuaco, ambos em Luanda, do Sumbe, no Cuanza-Sul, de Ndalatando, no Cuanza-Norte, e de Ondjiva, no Cunene.
O Presidente da República esclareceu que a inauguração da primeira fase do Hospital Militar Principal-Instituto Superior, no Dia da Paz e Reconciliação Nacional, ontem assinalado, foi propositada e teve como objectivo reconhecer o papel e importância das FAA no processo da conquista deste bem para os angolanos.
Os angolanos, de uma forma geral, prosseguiu o Presidente, lutaram para o alcance da paz, mas, se se quiser ser justo, tem que, entre todos, se destacar os militares, as Forças Armadas, pelo contributo que deram. “A mensagem que quisemos passar, ao fazer coincidir esta inauguração com esta data, é que as Forças Armadas merecem esta infra-estrutura e muito mais”, destacou o Comandante-em-Chefe das FAA.
O projecto de construção, reabilitação e apetrechamento do Hospital Militar Principal comporta duas fases de execução. A primeira teve um prazo de 33 meses, compreendendo a construção de dois edifícios de quatro pisos, cada, além de trabalhos de requalificação das áreas adjacentes com novas infra-estruturas envolventes, incluindo o paisagismo, iluminação e o necessário apetrechamento.
O novo empreendimento, com uma capacidade para 160 camas, possui cinco blocos operatórios, salas de cuidados intensivos, centro de imagiologia, equipamentos e meios de urologia, ortopedia, entre outras valências. O parque de estacionamento do hospital foi requalificado e ampliado, passando a dispor, agora, de 90 lugares.
A unidade está preparada para actuar em situações de emergência de Saúde Pública, crises pandémicas e desastres naturais.
Conclusão da segunda fase prevista para final deste ano
A conclusão da segunda fase do Hospital Militar Principal está prevista para final deste ano. Enquanto durarem as obras desta etapa, o Hospital Militar Principal vai continuar a utilizar as instalações do Hospital de Campanha de Viana para os serviços de Hemodiálise, Fisioterapia, Psiquiatria, Infecciologia, Lavandaria, Esterilização e vai dar, ainda, apoio ao internamento das várias especialidades.
Nos antigos edifícios vão funcionar, provisoriamente, as áreas técnicas, a Unidade de Cuidados Intensivos para os acidentes cardiovasculares, a Neurologia e a Cirurgia Vascular. Quando as obras do edifício da segunda fase forem concluídas, estes dois antigos edifícios vão ser remodelados e passarão a ser áreas de formação para os estudantes de Medicina, Enfermagem e Internos e também o Museu.
O Hospital Militar Principal-Instituto Superior é a unidade hospitalar do último escalão do Sistema de Tratamento Médico das Forças Armadas Angolanas, cuja missão, enquanto unidade terciária, passa pela prestação de cuidados médicos de alta complexidade, bem como apoiar na formação dos profissionais da Saúde Militar.
As infra-estruturas foram recebidas das Forças Armadas Portuguesas, aquando da Independência, há 49 anos, e eram, na maioria, pavilhões provisórios, a antiga Maternidade e o antigo Hospital da Caridade, estruturas adaptadas, a partir de 1961, durante o início da Luta Armada de Libertação Nacional.
De lá para cá, a degradação das infra-estruturas e dos equipamentos tornava cada vez mais difícil o cumprimento da missão pelos profissionais de Saúde. O passo marcado, ontem, constitui a alavanca para que a instituição volte a ser uma das unidades de referência de Saúde no país, elevando os níveis de humanização na prestação do serviço de saúde.