O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, recebe, hoje, em audiência no Palácio Presidencial da Cidade Alta, em Luanda, a presidente da Federação Internacional da Cruz Vermelha, Kate Forbes, com quem vai analisar assuntos de interesse comum.
A responsável máxima da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) vai, durante quatro dias de trabalho em Luanda, estabelecer contactos com as autoridades nacionais e com a direcção da Cruz Vermelha de Angola (CVA).
Segundo o programa, no Palácio Presidencial, a norte-americana é acompanhada pela presidente da CVA, Delfina Cumandala, do secretário-geral da mesma instituição, Gilberto Major, e da conselheira especial da Cruz Vermelha Internacional Liana Ghukasyan.
Depois da audiência na Cidade Alta, Kate Forbes reúne-se, no período da tarde, no Ministério da Saúde (MINSA), com a titular da pasta, Sílvia Lutucuta.
Além do encontro com a ministra da Saúde, a dirigente da FICV tem agendada uma reunião com o secretário de Estado para o Ambiente, Yuri de Sousa Santos.
Antes, esta manhã, a presidente da FICV reúne-se com o embaixador dos EUA no país, Tulinabo Mushingi, no bairro Miramar.
Segundo Delfina Cumandala, Kate Forbes tem encontros marcados, amanhã, com o ministro do Planeamento, Victor Hugo Guilherme, seguido de reuniões com a ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Ana Paula do Sacramento Neto, e com o ministro das Relações Exteriores, Téte António.
No quadro da agenda de trabalho da norte-americana no país, a Cruz Vermelha de Angola realiza, amanhã, às 19h00, no hotel Epic Sana, em Luanda, uma gala para a distinção de várias individualidades e instituições nacionais que têm apoiado a CVA com o diploma de mérito, de acordo com Delfina Cumandala. Na quarta-feira, a presidente da FICV vai seguir para a capital de eSwatini (ex-Swazilândia), Mbabane, via Joanesburgo, com o mesmo propósito que a levou à cidade de Luanda.
Ontem, após o desembarque no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, Kate Forbes foi recebida pela presidente da Cruz Vermelha de Angola (CVA), Delfina Cumandala.
Além da responsável da CVA, estiveram, também, presentes o secretário-geral da instituição nacional, Gilberto Major, a chefe da delegação do cluster do país para Moçambique e Angola, Naemi Heita, e a conselheira especial da presidente da FICV, Liana Ghukasyan.
Após a chegada à capital do país, Kate Forbes manteve um encontro de cortesia com Delfina Cumandala, na sede da Cruz Vermelha de Angola, no bairro Alvalade.
Na sala protocolar do terminal do aeroporto, a norte-americana reconheceu os desafios pelos quais tem passado a Cruz Vermelha de Angola.
“Tenho observado os serviços que têm prestado pela vossa organização e dei conta que os desafios são enormes. Vou procurar sensibilizar o Governo ao mais alto nível, consoante os desafios que têm enfrentado”, declarou.
A presidente da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho foi eleita a 11 de Dezembro de 2023, sendo a segunda mulher na história da instituição mundial a ocupar o cargo.
De acordo com dados da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, a eleição de Kate Forbes destaca o compromisso contínuo da instituição com a diversidade e a igualdade de género na liderança.
A responsável, que tem como formação a área de auditoria, é membro do Conselho da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, há 17 anos. Antes exerceu a função de presidente da Comissão de Auditoria e Risco da FICV.
Desde que foi eleita, no ano passado, esta é a primeira visita ao continente da presidente da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, que segue na quarta-feira para eSwatini (antiga Swazilândia).
Responsável da CVA
A presidente da Cruz Vermelha de Angola (CVA), Delfina Cumandala, informou, ontem, em Luanda, que Kate Forbes está no país para a consolidação dos laços humanitários com o Governo.
Durante o encontro com as autoridades nacionais, explicou a responsável da CVA, a presidente da FICV vai abordar a seca que afecta a região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e as cheias causadas pelo fenómeno El Niño e fortalecer a sociedade com as acções da Cruz Vermelha de Angola.
“Está a fazer um diagnóstico. Vem reforçar os laços humanitários com o Governo. Vai, também, falar da seca que afecta a região Austral de África e as cheias provocadas pelo fenómeno El Niño”, disse Delfina Cumandala.
Busca de apoio para Angola
A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho está a angariar 11,8 milhões de dólares para apoiar a Cruz Vermelha de Angola (CVA), devido à seca na região Sul do país.
Segundo dados da CVA, este valor vai beneficiar 330 mil pessoas, em forma de assistência monetária, alimentação, nutrição, água, saneamento e higiene.
De acordo com a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, 1,5 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar, 114 mil crianças com menos de cinco anos sofrem de malnutrição e 1,2 milhões de pessoas no Sudoeste de Angola sofrem por escassez de água, devido à seca nas províncias do Namibe, Huíla e Cunene.
Segundo a fonte, as ajudas da instituição internacional alcançaram 221 mil e 308 pessoas e o apoio prestado incluiu matéria de Saneamento, Saúde e Nutrição, iniciativas de melhoria dos meios de subsistência, PGI, actividades de CEA e distribuição de seis mil e 500 kits alimentares.
Além destas ajudas, três mil e 900 pessoas receberam assistência monetária e foram reabertas quatro cozinhas comunitárias que servem mil pessoas nos municípios do Virei e de Camucuio, ambos na província do Namibe.
A fonte faz saber que o valor angariado foi de 953 mil e 323 dólares (equivalente a 860 mil francos suíços – CHF), com um défice de financiamento de 9,14 milhões de CHF.
A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho é uma organização humanitária fundada, em 1919, na cidade de Paris, França, após a I Guerra Mundial, que terminou a 11 de Novembro de 1918, quando se constatou a necessidade de criar uma organização que reunisse as distintas Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha, visando aumentar a cooperação humanitária no mundo.