Fonte: DW
Hassan Diab deixa o cargo seis dias após megaexplosão em Beirute, que acirrou ainda mais as tensões já inflamadas no país. Ao menos um terço de seu gabinete pediu demissão nos últimos dias.
O primeiro-ministro do Líbano, Hassan Diab, anunciou nesta segunda-feira (10/08) a renúncia de seu governo, em meio à crise acirrada no país pela megaexplosão que atingiu a capital, Beirute, há quase uma semana. Nos últimos dias, um terço de seu gabinete já havia pedido demissão.
A detonação de mais de 2 toneladas de nitrato de amônio armazenadas no porto de Beirute matou ao menos 163 pessoas e deixou mais de 6 mil feridos, destruindo parte da cidade.
O incidente acirrou as tensões já inflamadas no país, que desde 2019 é palco de protestos frequentes contra o governo, acusado de corrupção, incompetência e negligência.
No sábado, manifestantes invadiram os ministérios do Exterior, da Energia e da Economia, sendo depois retirados pelo Exército. Segundo a Cruz Vermelha libanesa,130 pessoas ficaram feridas nos confrontos entre a polícia e os manifestantes, e 28 foram hospitalizadas. Um policial morreu.
A situação continuava tensa neste domingo, quando os manifestantes tentaram se aproximar da sede do Parlamento. Centenas de pessoas com os rostos cobertos com as cores da bandeira libanesa atiraram pedras contra as barricadas erguidas pela polícia, que reagiu com bombas de gás lacrimogêneo.
Neste domingo, a ministra da Informação do Líbano, Manal Abdel Samad, foi a primeira a deixar o governo após o acirramento das tensões causado pela explosão. “Após o enorme desastre em Beirute, anuncio minha renúncia do governo”, afirmou em nota. “Peço desculpas aos libaneses, porque não correspondemos às suas expectativas.”