Polícia Nacional instala barreiras de revista e controlo em várias zonas de Luanda

A Polícia Nacional montou hoje operações de controlo em várias zonas da cidade de Luanda, confirmou à Lusa o porta-voz do Ministério do Interior de Angola.

Waldemar José disse que foram montadas operações apenas de controlo, sem o impedimento de passagem, contrariando informações postas a circular nas redes sociais de que a polícia está a mandar regressar as pessoas sem justificação.

“Todos podem passar, estou a circular pela rua e não estou a ver ninguém a ser impedido. Há barreiras, sim, controlo, revista, em vários lugares”, disse Waldemar José.

Angola assinala hoje 45 anos da independência do país, um feriado em que está prevista a realização de uma manifestação, organizada por um grupo de jovens ativistas, com o objetivo de exigir melhores condições de vida e que seja apontada uma data para as primeiras eleições autárquicas.

Numa ronda feita pelo centro da cidade, a Lusa confirmou a presença visível de polícia, ainda sem grande aparato no centro da cidade, com pessoas e viaturas a circular.

Entretanto, na Avenida Deolinda Rodrigues, junto ao cemitério do Santa Ana, local para onde está marcada a concentração da referida manifestação, a Lusa testemunhou a existência de uma barreira policial, que impede a continuação do trânsito para o centro da cidade, obrigando a voltar atrás no primeiro retorno.

Nessa zona, é já visível um aparato mais significativo da polícia, composta por brigadas de cavalaria, motorizada e de veículo rolante, enquanto que em pontes de acesso dos bairros à estrada principal é vista polícia a barrar a passagem.

O Governo da Província de Luanda proibiu a realização desta manifestação, evocando diversos motivos, um dos quais o incumprimento do Decreto Presidencial sobre o estado de calamidade pública, que impede ajuntamentos de mais de cinco pessoas nas ruas, como medida de prevenção e combate à propagação da covid-19.

Apesar da proibição, os organizadores da manifestação garantiram que vão sair à rua, por considerarem que nenhum dos argumentos apresentados pelas autoridades pode impedir a sua intenção.

Fonte: Lusa

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