O recurso a reservatórios de até 200 litros adaptados em porta-bagagens de viaturas, para a aquisição de grandes quantidades de combustível (gasolina e gasóleo) nas bombas, é o novo método utilizado no município do Soyo, província do Zaire, para o contrabando deste produto para a República Democrática do Congo (RDC).

A revelação foi feita nesta terça-feira (13), no Soyo, pelo director local do Serviço de Investigação Criminal (SIC), inspector-chefe Jorge das Dores Cuti, em declarações à imprensa, durante o balanço das actividades desenvolvidas nos últimos sete dias.
De acordo com o responsável, este novo “modus operandis”, desvendado pelas autoridades, tem sido praticado com a conivência de funcionários das bombas de combustível, frisando que foram detectadas e apreendidas, há dias, três viaturas com tanques adaptados que faziam a aquisição do produto.
“Apreendemos três viaturas, com tanques pré-fabricados cheios de gasolina que tinham como destino final a República Democrática do Congo (RDC), para a revenda no mercado negro”, sublinhou.
O director do SIC concluiu que, com estes métodos, os contrabandistas conseguem armazenar quantidades consideráveis de combustível em locais clandestinos, para posterior envio para a RDC, por vias ilegais.
Referiu que o reforço da fiscalização por parte das forças da ordem, que decretaram nos últimos dias cerco sobre este negócio ilícito, fez com que os envolvidos ensaiassem novas formas para ludibriar as autoridades.
O município do Soyo delimita-se com o Mwanda, localidade da República Democrática do Congo (RDC), através de uma fronteira fluvial (rio Zaire).
Semanalmente, elevadas quantidades de combustível são apreendidas pela Polícia Nacional, na província do Zaire, por tentativas de contrabando para a RDC utilizando vias clandestinas (os chamados caminhos “fiotes”) existentes ao longo dos 310 quilómetros que separam esta região norte de Angola com o país vizinho.
Este negócio, considerado bastante lucrativo, envolve cidadãos nacionais e congoleses democráticos, muitos dos quais têm sido detidos e condenados.
Fonte: Angop