Após a realização de exames médico-legais, a Procuradoria-Geral da República (PGR) colocou à disposição da família, nesta sexta-feira, o cadáver do jovem que morreu durante a manifestação de 11 de novembro.

Trata-se de Inocêncio de Matos, cuja morte, segundo a PGR, foi causada por “traumatismo crâniano encefálico com fractura dos ossos do crânio e lesão do encéfalo, resultante de ofensa corporal com objecto de natureza contudente”.
Em nota, o órgão explica que a família da vítima havia solicitado a realização de uma nova autópsia, na sua presença, de um médico e de um advogado independente.
Apesar da solicitação da família ter merecido a aprovação, a PGR avança que a diligência não se efectivou, no dia 19, como previsto, por falta de comparência dos familiares do malogrado e do respectivo advogado, justificada pela tomada de conhecimento tardio do reexame.
A PGR adianta que remarcada para esta sexta-feira, 20, na presença das partes acima indicadas, o advogado recusou-se, categoricamente, a participar da autópsia.
A medida deveu-se ao facto de não ter sido autorizada a entrada de um fotógrafo alheio a profissão forense, por não estar habilitado com conhecimentos técnicos e científicos que lhe permitisse exercer esta tarefa, em atenção ao disposto no artigo 179.0, Parágrafo 2.0, do Código de Processo Penal.
Adianta que, cessando qualquer responsabilidade do Ministério Público e do Serviço de Investigação Criminal, a PGR põe o cadáver à & da família para a realização das exéquias fúnebres.
Segundo a versão oficial, Inocêncio de Matos deu entrada no hospital, ainda vivo, com fractura exposta com afundamento dos ossos do crânio, aparentemente causada por um pau ou ferro. Foi submetido a uma intervenção cirúrgica e 4 horas depois veio a falecer, isto já no dia 12 de novembro.
A família e vários outros ativistas presentes na manifestação de 11 de novembro, alegam que Inocêncio de Matos foi alvejado com disparo de arma de fogo e teve morte imediata. Vídeos dilvugados nas redes sociais, a que ‘O Guardião’ teve acesso, indicam que Inocêncio de Matos já estava morto quando foi levado para o hospital.