As maiores empresas de petróleo e gás, incluindo ExxonMobil, Royal Dutch Shell, Chevron e BP, pretendem vender um conjunto de activos de petróleo e gás em todo o mundo avaliados em 100 mil milhões USD.
A medida visa focar-se somente em regiões de alto desempenho, particularmente o xisto dos EUA, de acordo com uma notícia da CNBC Oil citando uma nova análise da consultora Rystad Energy.
As mudanças climáticas e os investimentos em energia renovável são forças que essas grandes empresas de petróleo precisam responder estrategicamente, mas suas próprias campanhas de desinvestimento de carbono serão motivadas por factores distintos da pressão dos activistas climáticos.
A transição energética subiu para o topo da agenda nas salas de reuniões das maiores empresas de petróleo e gás do mundo. Com a electrificação e a energia renovável em ascensão, as “Big Oil” estão a esforçar-se para se adaptar a uma transformação que pode eventualmente tornar os seus negócios obsoletos se eles não se agarrarem às oportunidades que ela traz.
O resultado pode ser uma venda maciça de activos, pois os maiores produtores de petróleo concentram a sua produção de petróleo e gás nos países onde estas matérias primas são mais baratas e fáceis de produzir.
A transição para a energia renovável representa uma ameaça à produção de petróleo e gás no longo prazo, uma vez que a energia solar e a eólica estão a ganhar terreno a nível da oferta de energia, enquanto veículos eléctricos de menor custo e melhor tecnologia de baterias estão a impulsionar grandes mudanças no lado da procura global por petróleo.
A análise da Rystad Energy sublinha a necessidade de maior foco por parte das grandes empresas listadas em bolsa, também referidas como “Majors+” – ExxonMobil, Chevron e ConocoPhillips, com sede nos EUA, e os players europeus BP, Shell, Total, Eni e Equinor – conclui que essas oito empresas juntas podem querer vender activos no valor de mais de 100 mil milhões USD para se concentrar nas operações em países considerados mais promissores.
Contactado pelo Expansão, o especialista da Delloite para a área de Petróleo e Gás, Frederico Martins, revela que contactou a Rystad Energy e não teve acesso a informações que contrariem os dados publicados pela consultora há duas semanas.
Fonte: Expansão