Passageiros agastados com testes fora do aeroporto

“À última hora” do voo da TAAG de Catumbela (Benguela) a Luanda, 54 passageiros foram, esta sexta-feira, obrigados a realizarem os testes rápidos à Covid-19 em duas clínicas privadas, ao invés do aeroporto, o que gerou um clima de contestação antes do embarque.

Por alegada ruptura de estoque de testes de despiste do novo coronavírus, os passageiros, dentre os quais crianças, visivelmente agastados, foram encaminhados para duas clínicas do grupo Sagrada Esperança, localizadas nas cidades do Lobito e de Benguela, onde realizaram os exames pré-embarque a preços que variam de 13 mil a 19 mil kwanzas.

Na sequência disto, a partida do avião Dash 8-400 (Kwanza A), da companhia aérea de bandeira nacional, atrasou 54 minutos, com o chefe de escala em Benguela, Eugénio Salvador, a apontar o dedo ao atraso na comunicação por parte da saúde, embora, porém, sublinhasse a solidariedade e a flexibilidade da TAAG para com os passageiros, para que ninguém ficasse em terra.

Admitindo ter sido um dia “atípico”, com um nível de constrangimento elevado, o responsável explica que a TAAG tomou conhecimento da suspensão dos testes no Aeroporto Internacional da Catumbela apenas na tarde de quinta-feira. Por isso, correu contra o tempo para que os passageiros com reservas fossem informados do imprevisto alheio à companhia.

Em consequência da informação tardia, a maioria dos passageiros foi ao aeroporto sem os testes. Daí que, conforme a fonte, tiveram que acorrer às cidades do Lobito e de Benguela para realizarem os exames obrigatórios para permitir o seu embarque para Luanda.

Relativamente aos primeiros dois voos de ida e volta (dias 18 e 25 de Setembro), Eugénio Salvador lembrou que os testes rápidos, agora suspensos no aeroporto, foram realizados no local de partida e boa parte dos passageiros embarcou sem “dificuldades de maior”.

No entanto, independentemente desta situação, o chefe de escala da TAAG garante que a companhia mantém até 24 de Outubro inalteráveis as operações entre Luanda e Benguela, com um voo semanal, às sextas-feiras.

Passageiros exigem testes no aeroporto

Fátima Cabeça comprou o bilhete de passagem há uma semana e, segundo a mesma, faria o teste rápido de forma gratuita no dia da viagem no aeroporto, como alegadamente lhe fora prometido pelas autoridades sanitárias.

Contrariada, a cidadã diz que, afinal, faltam testes no aeroporto e cada passageiro foi obrigado a assumir os custos dos exames em duas clínicas. 

“O teste custa 20 mil kwanzas. Então, achamos isso absurdo e desumano. Há muita desorganização”, queixa-se Fátima Cabeça, enquanto se despedia de um familiar, também surpreendido pelo alvoroço no Aeroporto da Catumbela.

Rui Soma “despachou” um sobrinho para Luanda, por motivos escolares, e reclama que pagou cerca de 19 mil e 800 kwanzas para o teste rápido do seu familiar. “É uma brincadeira. Se não tem teste na comissão, como é possível que o privado tem”, questiona-se o cidadão.

E deixa uma sugestão: “Os passageiros até podem pagar, mas que seja no aeroporto e a preços acessíveis para que o dinheiro vá aos cofres do Estado”.

O avião Kwanza A, com 54 passageiros e seis tripulantes, partiu para Luanda às 15:39 minutos.

Em terra deixou um passageiro que não foi a tempo de fazer o teste à covid-19.

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