As três principais forças políticas na oposição, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), a Convergência Ampla para Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) e o Partido de Renovação Social (PRS) garantem que as suas organizações estão fortes e “bem estruturadas” e acrescentam que a vitória, nas eleições de 2022, não dependerá só dos partidos ou de coligações políticas, mas também da sociedade civil.
As declarações foram feitas em resposta ao jornalista e analista político, Graça Campos, que considerou a oposição como “fraca e desorganizada”, em entrevista ao Jornal24horas. Afirmou ainda que os partidos que formam a oposição em Angola, não passam de estruturas “mal concebidas, sem visão nacional e muito menos estratégias para contrapor o MPLA”, que, segundo ele, é “um partido muito bem organizado, com estruturas coesas e com ideias próprias”, disse.
O secretário provincial da UNITA em Luanda e deputado, Manuel Armando da Costa Ekuikui “Nelito Ekuikui”, considera que é preciso respeitar a opinião de todos, mas assegura que a UNITA “está devidamente estruturada, organizada e estão fortes”.
O deputado da UNITA, “Nelito Ekuikui”, considera ainda que para derrotar o MPLA deve haver união de esforços: “não deve ser só preocupação de partidários mas também, de qualquer angolano que quer mudar o rumo deste país. Esta já não é uma missão partidária, mas sim patriótica”.
“Se a UNITA não estivesse forte e se não tivesse um líder forte, ela não estaria constantemente a ser atacada, como tem sido nos últimos meses”, argumentou.
O também conceituado jornalista disse que a oposição angolana é “sem ideologia, sem ideias, sem iniciativas, está sempre na defensiva, reagindo a cada iniciativa do governo, mas acabando sempre por ‘engolir sapos’ porque, na sua maioria, os seus dirigentes não enxergam um palmo a frente dos olhos e acabam por encolher-se depois de alguns argumentos sem convicção”.
O vice-presidente da CASA-CE e deputado, Manuel Fernandes, disse que, independentemente do direito e liberdade que o jornalista tem, também pode conferir-lhe o “direito e liberdade de pensar errado”. O político afirma que as declarações de Graça Campos servem, simplesmente, para “diabolizar e inviabilizar o êxito da oposição”.
Para o político da coligação eleitoral, a única forma de empurrar o MPLA para a oposição será com a criação de uma coligação entre os vários partidos. Justifica que “o MPLA não é um partido forte; é um partido que tem um orçamento superior a vários países de África e, por isso, é um dos partidos mais fortes do continente africano”.
Já o secretário-geral do PRS, Rui Malopa, disse que o seu partido sempre propôs aos angolanos um projecto de nação que promova a autonomia das regiões e a independência dos poderes de soberania.
“Se os partidos políticos estão fragilizados, a responsabilidade continua nas mãos dos cidadãos que votam mal, colocando no poder o partido que muitos males causa ao país e a seus cidadãos, com programas circunstanciais, todos eles de âmbito nacional, o que promove a corrupção e o nepotismo, e hoje, o país está sem rumo”, lamenta.
O dirigente dos renovadores sociais entende que “é chegado o momento dos angolanos mudarem o rumo do país apoiando projectos políticos capazes de promover a justiça social e o progresso”, convida e acrescenta que, “se continuarmos sectorizados (divididos), isso interessa apenas a quem governa. Então, estaremos a perpetuá-los no poder e, por conseguinte, perpetuarmos o sofrimento dos angolanos”.