Derrame de combustível periga orla marítima entre Benguela e Kwanza-Sul, perante uma «gritante» falta de recursos para o resgate de um navio que se junta a várias sucatas na baía do Lobito há muitos anos. O PR criou, pouco antes, uma comissão multissectorial para tratar da limpeza da costa.
Sem meios para remover o navio espanhol que afundou, há precisamente uma semana, em águas do Lobito, a Capitania da Empresa Portuária está a pressionar o armador no sentido de obter uma posição relativa a medidas de actuação, quando especialistas da área do ambiente alertam para a iminência de um desastre na orla marítima.
Era o cenário patente no momento em que o NJ dava por concluída esta edição, com as causas do incêndio de grandes proporções que deflagrou no navio, três dias antes do naufrágio, ainda desconhecidas.
O capitão Henrique Pedro, que lamentava falta de solidariedade institucional do Gabinete Provincial da Agricultura e Pescas num momento conturbado, preferia não pensar no pior, mas avisava que um derrame de combustível afectaria «toda a nossa orla», entre Benguela e Kwanza-Sul.
«A Capitania não tem condições técnicas para retirar o navio, daí que, e por isso queremos uma resposta do armador, nos preparemos apenas para monitorar a operação», afirmou o capitão.
São declarações prestadas ao Novo Jornal quando confrontado com os 330 mil litros de combustível a bordo, para além de lubrificantes e das 14 mil toneladas de peixe, principalmente o carapau, já sem utilidade, segundo a apreciação do sector das Pescas.