Nos últimos dias tem circulado pelas redes sociais imagens de uma das zonas de Luanda, decoradas com lonas ilustrando a comemoração dos 45 anos de independência de Angola, com bandeiras do país e os rostos do primeiro presidente da República, Dr. Agostinho Neto, e do actual, João Lourenço, apenas estas duas figuras, como se fossem os únicos chefes de Estados da história deste país.
Porém, como é claro, isso abre o caminho para qualquer pessoa julgar que existe a intenção de dissipação da figura, e os feitos, do presidente que “trouxe o fim do conflito armado”, José Eduardo dos Santos, em virtude dos processos criminais que envolvem os filhos do “arquitecto da paz”. Porém, não se precisa ser leigo para compreender que tais imagens não passam de um grito no deserto, uma vez que não foi o MPLA, numa actividade oficial, que promoveu tal actividade.
Precisamos observar bem, com olhos analíticos, tudo que nos rodeia, para que possamos apresentar um parecer baseado em muitas perspectivas. Ver uma ruela com os rostos do primeiro e o actual presidente não pode significar que tenha alguma segregação ou a pretensão de apagar a imagem do presidente cessante no partido em questão. Podemos até mesmo pensar que estes jovens tinham como objectivo bajular o presidente, eliminando José Eduardo, julgando que haja uma rivalidade entre ambos.
Não se pode levantar hipóteses de achar-se que há briga no MPLA, por conta do combate a corrupção, tampouco por conta do facto de altas figuras estarem a responder por algum crime. Independentemente do que aconteça, é insano pensarmos que exista uma briga dentro do partido que governa.