A sessão de julgamento dos 103 manifestantes detidos sábado último, pela Polícia Nacional, prossegue nesta terça-feira, no Tribunal Provincial de Luanda.
O julgamento destes cidadãos, que participaram de uma tentativa de marcha, abortada pelas autoridades policiais iniciou-se segunda-feira.
A sessão teve início por volta das 15h00, depois de cumpridas as medidas de prevenção e combate à Covid-19, pelos réus, representantes do Ministério Público e pelos juizes da causa.
No banco dos réus está um grupo composto de 90 homens e 13 mulheres, acusados de “arruaça e desobediência” às autoridades angolanas, que haviam inviabilizado o protesto, como forma de evitar contaminações em massa de Covid-19.
A tentativa de manifestação decorreu em claro atropelo ao novo Decreto Presidencial sobre a Situação de Calamidade Pública, que restringe os ajuntamentos na via pública a cinco pessoas.
A marcha, frustrada pela Polícia Nacional, contou com centenas de participantes, incentivados por activistas da sociedade civil e por membros da direcção da UNITA.
Os implicados tentaram protestar contra a não-indicação de uma data para as eleições autárquicas e contra a falta de emprego, assim como exigir melhores condições sociais.
A tentativa de manifestação ficou marcada por actos de enfrentamento às forças policiais, incluindo o arremesso de pedras e outros objectos, vandalização de bens públicos, barreiras nas estradas e queima de pneus, resultando ainda em seis feridos, agentes da Polícia Nacional, destruição de meios da corporação e de transeuntes.