A antiga central da Barragem Hidroeléctrica de Luachimo será convertida no primeiro museu do sector de Electricidade angolano, depois de reabilitada, anunciou no Dundo, sede da Lunda-Norte, o engenheiro Joaquim Garcia da Costa, director da obra pelo Ministério da Energia e Águas, no Gabinete de Aproveitamento do Médio Kwanza (GAMEK).

“Os equipamentos mecânicos e eléctricos da antiga central vão ser aproveitados para o museu”, confirmou. Ao mesmo tempo admitiu que, com isso, pretende-se criar um espaço para exposição da história do sector da Energia do país, que pode também ser aproveitado pela academia.
Com a criação do primeiro museu do sector da Energia, acredita-se que a Lunda-Norte venha a ter outro impulso como destino turístico, essencialmente para especialistas nacionais e estrangeiros em engenharia electromecânica, segundo Joaquim Garcia da Costa.
A barragem Hidroeléctrica do Luachimo, localizada na cidade do Dundo, começou a ser construída no longínquo ano de 1950 e entrou em funcionamento a 17 de Setembro de 1957. Além do seu valor turístico, por constituir um dos principais postais da Lunda-Norte, a Barragem Hidroeléctrica de Luachimo é uma infra-estrutura cuja dimensão histórica, patrimonial e cultural a colocam entre os mais importantes empreendimentos de impacto social e económica da região Leste.
A antiga central será convertida na primeira instituição museológica de Energia do país, no âmbito das obras de reabilitação e aumento de potência do Aproveitamento Hidroeléctrico do Luachimo.
A antiga central além de continuar com a responsabilidade de conservar as quatro turbinas que no passado produziam 8,4 megawatts de energia eléctrica, vai também assumir a espinhosa tarefa de ser guardiã e narradora do percurso histórico da electricidade em Angola.
Todo o património histórico, conquistas, realizações, assim como pequenos, médios e projectos estruturantes dos Programas de Investimentos Públicos feitos pelo Executivo no sector da Energia, ficarão expostos na antiga central do Luachimo.
O então “monstro adormecido” construído pela ex-Companhia de Diamantes de Angola (Diamang), produzia 8,4 megawatts de electricidade, mercê das quatro turbinas com capacidade de dois megawatts cada.
Além da cidade do Dundo, a Barragem do Luachimo fornecia também energia aos municípios de Cambulo e Lucapa, incluindo as respectivas localidades mineiras de Fucauma, Cassanguidi, Luxilo, N’zagi, Cossa e Calonda.
O património no domínio da electricidade construído pela então Companhia de Diamantes de Angola inclui, além da própria barragem, uma subestação e linhas de alta, média e baixa tensão. Ou seja, é um sistema eléctrico que começa na barragem do Luachimo, passando pela vila mineira do N’zagi até ao Lucapa e termina na localidade do Calonda.
Constatação positiva
Há dias, o vice-governador para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas, Lino dos Santos, mostrou-se satisfeito com os níveis de execução física das obras do Aproveitamento Hidroeléctrico de Luachimo e reconheceu que, “embora o cronograma tenha sido revisto, o empreiteiro, a empresa China Gezhouba Group Company Limited (CGGC), especializada em projectos de construção de barragens, está a desenvolver um excelente trabalho”.
Lino dos Santos disse que estão agora lançadas as bases que vão permitir que “o gigante construído no tempo colonial possa acordar e dar vitalidade ao sector industrial da província, contribuindo para o seu desenvolvimento sustentável”.
De acordo com o governante, prevê-se uma capacidade de produção e fornecimento de energia eléctrica em abundância à cidade do Dundo, sedes municipais e arredores das circunscrições do Cambulo e Lucapa que, além de possuírem grandes jazigos para a indústria diamantífera, são fortes na agricultura.
Segundo o vice-governador, a província da Lunda-Norte é vista como uma região diamantífera, por isso o Executivo, em coordenação com o Governo Provincial, está a implementar vários projectos em outros sectores de crucial importância industrial e económica, onde a energia eléctrica vai ser um factor determinante.
“Pretende-se atingir o desenvolvimento sustentável, apostando em outras actividades económicas, como agricultura, pecuária, indústria e exploração da madeira, com a finalidade de se criar um maior número de empregos para a juventude e proporcionar melhores condições de vida à população”, afirmou.