Licenciados das FAA em Cuba insatisfeitos com os adiamentos dos voos de regresso ao país

Mais de 80 bolseiros das Forças Armadas Angolanas (FAA), recém-formados em Cuba, dizem estar “aflitos” por falta de informações concretas sobre a data exacta do voo de regresso a Angola numa altura em que se somam os casos de Covid-19 na academia militar onde se encontram.

Os militares queixam-se de injustiça por parte das autoridades angolanos que já retirou do território cubano todos os recém-formados do INAGBE em voos fretados, no âmbito das medidas de repatriamento por causa da pandemia da Covid-19.

A informação foi avançada ao Novo Jornal sob anonimato por um grupo de militares que terminou a sua formação académica em Cuba, em várias especialidades, no mês de Junho, e que, até ao momento, não receberam, da parte dos responsáveis das FAA, em Havana, qualquer explicação sobre o assunto.

O Novo Jornal contactou o adido de defesa na Embaixada de Angola em Cuba, coronel Carlos Cunga, tendo este informado que o regresso dos recém-formados das FAA ao País não depende das autoridades angolanas em Cuba mas sim das autoridades locais.

“Estamos consciente da situação da pandemia da Covid-19 que assola o mundo, mas sentimo-nos injustiçados pelo estado angolano, especialmente Ministério da Defesa Nacional, por dar prioridade nos civis e esquecerem-se dos militares que também são angolanos”, contaram os recém-licenciados.

Para piorar o cenário, na academia militar onde estão, foram, garantem, detectados vários casos positivos da Covid-19 e na sua generalidade com sintomatologia aguda da doença.

Segundo os visados, após terminaram a formação superior em Cuba, na primeira quinzena do mês Junho, juntamente com os bolseiros do Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE), ficaram a aguardar pela retirada daquele território até à presente data, coisa que já não acontece com os licenciados do INAGBE que já regressaram todos ao País este mês.

No dia 09 de Setembro, prosseguem, chegamos a fazer teste RT-PCR da Covid-19 com perspectivas de viajarmos no dia 11 do mesmo mês, com os graduados do INAGBE, mas, um dia antes da data marcada, a viagem foi cancelada, “sem qualquer justificativa”

Entretanto, contam os licenciados das Forças Armadas Angolanas em Cuba, como militares não podem fazer manifestação tal como aconteceu com os recém-formados do INAGBE que realizaram várias manifestações e o Estado os atendeu.

“Os bolseiros do INAGBE manifestaram-se e o Governo chegou a enviar dois voos fretados pelo Ministério de Ensino Superior que os levou de regresso ao País, isto é nos dias 5 e 12 de Outubro”, relembram.

“Quanto a nós – prosseguem -, apenas dizem que temos de aguardar, não sabemos mais por quanto tempo, porque o Ministério da Defesa Nacional não está a colaborar para o nosso regresso.

“Somos 85 militares recém-formados pelo Ministério da Defesa retidos em Cuba. São quatro meses a aguardar por um voo que nunca chega e sem qualquer justificação. Precisamos de regressar à pátria! Até quando iremos esperar por um voo?”, questionam os licenciados que estão aflitos com a situação.

Sobre o assunto, o Novo Jornal contactou a Direcção Principal de Tropas e Ensino do Estado-Maior General das FAA, mas esta instituição solicitou que o assunto fosse colocado por escrito ao Ministério da Defesa Nacional que, por sua, vez deve autorizar a esta instituição a prestar informações. Esta exigência impossibilita totalmente a obtenção da sua versão dos factos em tempo útil.

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