Oito jornalistas da Rádio Despertar denunciam que foram suspensos por reivindicarem três meses de salários em atraso. O sindicato acusa a direcção da rádio de ser “alérgica” ao diálogo.
Os jornalistas dizem que foram surpreendidos na tarde de sexta-feira (30) com uma comunicação verbal que dava conta da suspensão, por reclamarem três meses de salários em atraso e condições de trabalho.
Referem, também, que estão insatisfeitos com aquilo que tem estado acontecer nos últimos dias ao nível da rádio, particularmente, com as condições de trabalho e biossegurança.
Um grupo de funcionários decidiu, há dois dias, protestar na sede da UNITA, para pressionar o pagamento de salários, mas parece que a intenção terá caído mal para os dirigentes da organização, que suspendeu os manifestantes.
A Comissão do Sindicato dos Jornalistas Angolanos da Rádio Despertar confirma o pendente salarial e considera que a direcção da estação é “alérgica ao diálogo”.
João Walter dos Santos, líder da comissão sindical, reforçou que nos próximos dias os trabalhadores vão promover uma vigília nas instalações da UNITA para exigir o pagamento dos salários.
“Nesta vigília vamos levar os filhos, panelas para mostrar que não há nada em casa e para que a comunidade nacional e internacional saiba da arrogância dos dirigentes da rádio”, disse o jornalista.
Fonte ligada à Rádio Despertar confirmou o pendente que tem com os trabalhadores, porém, atira a culpa à crise financeira e sanitária, como sendo a responsável pelos atrasos salariais.
“Na verdade, estamos a trabalhar para seleccionarmos a questão salarial dos funcionários, apesar da crise. O sindicato está informado das nossas diligências, mas o que nos surpreendeu foi a atitude dos trabalhadores”, finalizou.
Em 2018, três membros do Núcleo sindical da Rádio Despertar foram suspensos e despedidos, por exigirem, em caderno de encargos, melhores condições de trabalho, pagamento de imposto de rendimento de trabalhador e o pagamento dos atrasos salariais.