Nos primeiros sete meses de 2020, o custo de vida em Angola aumentou 13,9%, o ritmo mais elevado desde 2017. Ainda assim, a manter-se esta passada, a inflação deverá fechar o ano ligeiramente abaixo dos 25% previstos pelo Governo

O custo de vida em Angola aumentou 1,8% em Julho face a Junho elevando para 22,9% a subida dos preços em termos anuais, revela o índice de preços no consumidor nacional (IPCN) do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgado esta quarta-feira.
Em termos mensais a inflação em Junho acelerou 0,1 pontos percentuais (pp) face a Junho, enquanto em ritmo anual o aumento foi 0,3 pp.
É preciso recuar até Dezembro de 2017 quanto a inflação homóloga foi de 23,7% para encontrar um aumento anual dos preços tão elevado. A taxa de inflação média, que mede a subida média dos preços nos últimos 12 meses, acelerou 0,4 pp para 19% em Julho a taxa mais elevada desde Janeiro de 2019.
Já a inflação acumulada que, que compara os preços de Julho de 2020 com os de Dezembro de 2019, situou-se nos 13,9% mais dois pp do que em Junho. Desde 2017 que os preços não aumentavam tanto nos primeiros sete meses do ano.
O governo prevê para 2020 uma taxa de inflação de 25% o que quer dizer que a inflação já percorreu quase 56% do seu caminho anual. A manter-se este ritmo, a inflação poderá ficar ligeiramente abaixo da meta do governo, situando-se nos 23,8%.
Das 12 classes que compõem o cabaz que serve de base ao cálculo do IPC, a que registou maior aumento mensal dos preços foi a dos Hotéis, Restaurantes e Cafés, com 2,2%, da Alimentação e Bebidas não Alcoólicas (2,1%) e das Bebidas e Tabaco (2%).
Do lado oposto, a classe que menos encareceu foi a da Educação que viu os preços estagnarem. Algo que não constitui propriamente uma grande surpresa, porque as escolas estão encerradas devido ao COVID-19.
Depois da Educação, as classes cujos preços menos subiram foram as das Comunicações (0,2%) e da Habitação, Água, Electricidade e Combustíveis (0,7%).
Em termos geográficos, as províncias que registaram maiores taxas de inflação em Julho foram: Huambo onde o custo de vida subiu 2,4%, Lunda-Norte, com 2,3% e Cuando Cubango (2,2%). Lunda Sul (1,3%), e Namibe e Cunene, ambas com 1,4% foram as províncias onde os preços menos subiram.
Já em Luanda, principal centro de consumo do País, os preços aumentaram 1,8% em Julho face a Junho em linha com a média nacional.