Edna Mussalo
Rosa e José, os gémeos nascidos numa casa de chapas, em Maio passado, no bairro do Benfica, município de Talatona, em Luanda, cuja progenitora, Luísa Santareno, faleceu horas depois por complicações no parto, e que depois ficaram sob cuidados do Instituto Nacional da Criança (INAC), estão, desde ontem, em casa própria, no Zango 4, em Viana, entregue pelo Ministério da Acção Social Família e Promoção da Mulher (MASFAMU).
Na ocasião, o secretário de Estado para Acção Social, Lúcio Amaral, fez a entrega de duas casas geminadas para alojar a família, composta pelo pai e 10 filhos, sendo nove menores, dos quais quatro são gémeos de dois partos diferentes e uma maior de 21 anos.
Lúcio Amaral disse que a acção surge para dar resposta ao grito de socorro feito pela sociedade que compadecida com a situação e fez chegar as dificuldades que a família passava ao Ministério, tendo uma comissão multissectorial criada para o efeito, desenvolvido diligências para dar uma casa às crianças, com vista a poderem crescer e prosperar em melhores condições possíveis.
Uma das moradias, composta por dois quartos, sala e uma casa de banho, foi entregue ao pai das crianças, Ernestro Armando, 42 anos, enquanto que a outra está com Juliana Armando, 21 anos, a primogénita do casal, por já ser maior de idade e ter maior privacidade e autonomia no cuidado dos irmãos menores.
/>Além das casas, a família recebeu também fogões, camas, colchões, utensílios de cozinha, leite, papas, fraldas e bens de primeira necessidade para deixar os gémeos com maior conforto durante algum tempo, numa altura em que o pai está desempregado.
Com o semblante de menina, Juliana Armando, estudante da 10ª classe, disse que “não esperava nunca estar na situação que hoje se encontra”, de ser a responsável pelos seus irmãos, devido à morte da mãe.
A jovem que espera ver os irmãos a crescer com saúde, assume a responsabilidade de cuidar dos gémeos e dos demais como se de seus filhos se tratassem, augurando poder contar com a ajuda de outra irmã nos momentos de ir à escola, pois “pretendo continuar com os estudos, onde acredito ter um melhor futuro”.
Os gémeos que nasceram a 13 de Maio, numa casa de chapas, situada num terreno em litígio, no Benfica, estiveram durante três semanas internados, numa unidade sanitária, em Cacuaco, por falta de peso.