Dirigentes consideram que o regresso às competições desportivas no País pode estar sob ameaça, por os clubes não terem dinheiro para adquirir, semanalmente, testes da Covid-19, que estão a ser comercializados a 19 mil kwanzas.
Quase um mês depois, desde que o desporto profissional foi libertado para voltar aos treinos colectivos, alguns clubes do interior, que participam nos campeonatos nacionais, estão a queixar-se das dificuldades financeiras para pagar e obter os testes da Covid-19. A situação ameaça o retorno da actividade desportiva profissional, anunciada, recentemente, pelo Decreto Presidencial da Situação de Calamidade Pública.
Segundo as formações ouvidas por este jornal, certas províncias não têm capacidade de testagem para atender só ao desporto, além disso os clubes não têm fundos para pagar semanalmente os 19 mil kwanzas a que estão a ser comercializados os testes, sendo que um plantel pode, no mínimo, ter uma composição de 45 a 50 pessoas.
“Neste momento, tudo está criado para que voltemos à alta competição, mas isso deve-se a outras obediências que podemos considerar comuns. Quanto à possibilidade de se realizar semanalmente testes, nós, Wiliete Sport Clube de Benguela, não estamos em condições de os fazer. Foi feito um estudo interno. Se tivermos de voltar aos treinos, tal como anunciado pelo ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, mensalmente só de testes poderemos gastar mais de 150 milhões de kwanzas”, avançou Victorino Visele, vice-presidente do clube.
O responsável diz não acreditar que as dezasseis equipas que vão participar no Girabola 2020 – 2021 tenham condições para pagar, todas as semanas, os testes da Covid-19, sendo que “o Executivo deve mudar os seus métodos, caso queira, na verdade, ver o regresso do desporto profissional nos estádios do País.