Em alta no futebol português, pelo bom desempenho ao serviço do Moreirense, na última época, cujo destaque foi a marca de 13 golos na Liga NOS, o avançado angolano Fábio Abreu almeja um percurso de sucesso nos Palancas Negras, com Gelson Dala no ataque, apesar do arranque em falso na campanha de apuramento para a Taça de África das Nações (CAN), a ser organizada pelos Camarões.
A transbordar confiança, o goleador de 27 anos, formado em Inglaterra, considera normais as comparações com o colega do Rio Ave, mas desnecessárias, porque cada jogador tem as suas qualidades.
“O Fábio é o Fábio e o Gelson é o Gelson. Acho que merecemos todos o apoio da Nação, para estarmos no nosso melhor. Mas tenho a certeza de que eu e o Gelson, na nossa melhor forma, conseguimos fazer uma grande dupla na nossa Selecção, que é o mais importante”.
O regresso da corrida ao CAN acontece, a princípio, em Novembro, com a Selecção Nacional a defrontar a congénere do Congo Democrático, entre os dias 9 e 17, em dupla jornada. As contas no Grupo D são negativas, face às derrotas diante da Gâmbia, 1-3, em casa, e do Gabão, 1-2, fora. Fábio Abreu prefere acreditar na recuperação.
“Sei que muitas pessoas já atiraram a toalha ao chão, porque perdemos os primeiros dois jogos. Mas nada é impossível. Angola tem muitos bons jogadores espalhados pelo mundo, que podem reforçar a nossa Selecção. Fui muito bem recebido. Senti-me em casa. Muito feliz por representar o nosso país. E ainda por cima com direito a golo e vitória na estreia”, recordou o triunfo frente aos Escorpiões gambianos, nas eliminatórias do Mundial’2022, no Qatar.
Melhor época
Regressado das curtas férias com a família, o futebolista prepara, há uma semana, os próximos compromissos, sob o comando do técnico Ricardo Soares, apostado em melhorar o desempenho.
“Foi a minha melhor época. Estive dedicado a 100 por cento. Dei sempre o meu máximo. Por ter feito uma boa época, é normal que haja especulação sobre o meu futuro. No entanto, essa parte contratual cabe aos meus empresários e ao presidente resolver. Mas, por agora, tenho contrato com o Moreirense e quero continuar focado no meu trabalho, dando o meu máximo dentro do campo.
Estou aberto a qualquer proposta, desde que seja boa para o clube, para mim e para a minha família”.
O jogo frente ao Gil Vicente, o primeiro em casa, merece destaque na hora do balanço. “Foi a minha estreia a marcar na I Liga. Acabámos por ganhar por 3-0. A nossa equipa é muito unida. Uma mistura de jogadores jovens com mais velhos, mais experientes. Isso acabou por se reflectir nos resultados ao longo da época. Depois, para completar, apanhámos uma boa equipa técnica, com um treinador que gosto muito. É muito dedicado e exige sempre o máximo da equipa”.
Importância da família na carreira do desportista
A estabilidade da família é, defendeu Fábio, um importante suporte.
“Para um jogador ter sucesso, tem de ter uma base. Ter as pessoas certas do seu lado. Tenho a minha esposa, que é o meu pilar. Esteve sempre ao meu lado, nos bons e nos maus momentos. Graças a Deus, o apoio dela foi muito importante para mim e para a minha carreira profissional”.
Ponta-de-lança, também talhado a jogar como extremo esquerdo e segundo avançado, recorda o percurso futebolístico, do qual salta à vista a passagem pelos ingleses Bacup Borougth FC e Mossley AFC:
“Comecei a jogar em Inglaterra. Aos 18 anos fui para o Marítimo. Representei o clube por seis épocas. As coisas não correram tão bem como eu queria. Depois fui para o Penafiel, onde fiz duas boas épocas. No primeiro ano quase subimos de divisão. Em duas épocas fiz 20 golos. Agora estou no Moreirense. Representei o meu país e está a correr bem”, assegurou.
Mantém contacto com vários jogadores angolanos, de modo a estreitar laços e criar coesão para futuras chamadas aos Palancas Negras.
“Às vezes, vamos falando pelas redes sociais, por mensagem. Tenho falado com o Estrela, Mateus, Wilson Eduardo e o Djalma Campos. Até mesmo com o Núrio, que não joga em Portugal, mas tenho sempre contacto”.