Ex-namorado suspeito pela morte por atropelamento de Edna Bessa foi posto em liberdade

A morte, por atropelamento, no domingo, da jovem Edna Bessa, 27 anos, supostamente cometido pelo seu ex-namorado, continua a inquietar a sociedade e, particularmente, familiares, amigos, vizinhos e conhecidos ainda traumatizados com o sucedido.

Edna Bessa foi atropelada por volta das 23 horas, no bairro Morro Bento, Distrito Urbano da Samba, município de Luanda, depois de uma discussão com o ex-namorado, 59 anos, alegadamente por motivos passionais, segundo Elsa Carina, sua irmã.

A convicção da irmã de que a morte esteja relacionada com questões passionais “tem a ver com o facto de o ex-namorado ser um homem muito possessivo e ciumento, chegando, algumas vezes, a usar agressão física contra a malograda”.

Elsa Carina, que era amiga e conselheira da irmã, disse que, devido às constantes cenas de ciúme, chegou a aconselhá-la a deixar o namorado, que desconfiava da afectividade da mesma, a ponto de proibí-la de manter contacto com familiares, colegas de escola e amigos.

Disse que estavam separados há quase dois meses e, diante do acto que resultou em morte da irmã, pede justiça, por não compreender também como é que, após o atropelamento, o visado foi detido na madrugada de segunda-feira, mas, às 16 horas desse dia, foi posto em liberdade.

Informou que a irmã vivia numa casa arrendada onde o mesmo ex-namorado se dirigiu por volta das 22 horas, no sentido de conversar com a malograda. Esta recebeu-o vestida de roupão. Seguiram-se, depois, um desentendimento e discussão. Milton Costa, tio de Edna Bessa, disse que o atropelamento ocorreu a 50 metros de distância de casa, um facto que, adiantou, foi testemunhado por alguns vizinhos.

O tio disse que um dos vizinhos explicou à família que, depois do atropelamento, o ex-namorado parou o carro e outro dos vizinhos o alertou da ex-namorada estatelada no chão, tendo o mesmo respondido que não a conhecia. “O senhor desceu do carro, chamou pelo nome da Edna e os vizinhos, diante disso, interrogaram-no se não a conhecia como é que estava a chamar pelo nome” , explicou o tio, acrescentando que foram dois vizinhos que colocaram a malograda no carro do mesmo ex-namorado e se dirigiram até à Clínica Multiperfil.

Milton Costa disse que foi informado pelo director clínico da Multiperfil, na manhã de segunda-feira, que Edna Bessa já chegou àquela unidade hospitalar sem vida. O tio também disse ao Jornal de Angola que o ex-namorado, suspeito, foi detido no domingo pelos efectivos da Polícia Nacional, que se encontravam de serviço na clínica, tendo-o encaminhado para a Esquadra da Samba.

Liberdade

Os familiares, acrescentou, deslocaram-se até à esquadra, local onde receberam a informação do Ministério Público que o acidente foi causado por culpa da malograda, de acordo com o relatório recebido da Polícia de Trânsito.  “O suspeito foi colocado em liberdade pelo Ministério Público junto da Esquadra da Samba mediante pagamento de uma caução de um milhão de kwanzas”, disse.

Em Fevereiro deste ano, Edna Bessa, segundo conta o tio, chegou a avisar os familiares sobre uma possível apresentação do namorado, uma situação que não aconteceu devido à pandemia da Covid-19. Afirmou que alguns familiares do suposto namorado agora em liberdade provisória estiveram ontem em casa do óbito.

Edna Bessa é filha única do seu pai e a primeira da sua mãe. Era estudante do terceiro ano do curso de Gestão de Recursos Humanos na Universidade Gregório Semedo. Também foi modelo e tinha o sonho de ser empresária. O funeral da malograda, segundo os familiares, está previsto para amanhã. Nas redes sociais, vários internautas lamentaram o sucedido.

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