Escassez de combustível em Mbanza Kongo atribuída ao contrabando

Munícipes de Mbanza Kongo, província do Zaire, afirmaram nesta sexta-feira que as constantes rupturas de combustíveis que se assiste na cidade têm sido provocadas, a maioria das vezes, pelo contrabando dos derivados de petróleo para a República Democrática do Congo (RDC).

Abordados pela ANGOP para se debruçarem sobre a gritante falta de gasóleo e gasolina nas bombas da cidade há mais de sete dias, os cidadãos, foram unânimes em afirmar que enquanto as autoridades competentes não tomarem medidas sérias e enérgicas sobre o fenómeno, Mbanza Kongo continuará a enfrentar dificuldades gravíssimas no abastecimento de combustível.

Sustentaram a sua afirmação com o facto de quase todos os dias assistir-se camiões cisternas carregados de combustível a dirigirem-se em direcção a fronteira com o país vizinho, mercado onde é comercializado o produto.

“Como é possível a cidade de Mbanza Kongo estar privada de combustível faz uma semana, quando camiões cisternas carregados de gasolina e gasóleo são vistos no Luvo, fronteira com a RDC”, questionou António Dias, munícipe.

Segundo o interlocutor, é inacreditável uma província costeira e produtora de petróleo estar permanentemente a viver crise de combustível, criando constrangimentos na vida das populações locais e não só.

Eduardo Pedro, automobilista, denunciou que muitos traficantes de combustível, vulgarmente conhecidos na região por “dimalela”, adquirirem o produto nas bombas da cidade com a conivência de alguns funcionários dos postos de atendimento.

Acrescentou que esses supostos contrabandistas pagam valores a mais por um litro nas bombas ou desembolsam quatro mil kwanzas por 20 litros de gasolina por exemplo, contra os 3.200 Kwanzas o preço oficial pela mesma quantidade (20 litros).

“Geralmente, as operações são efectuadas na calada da noite. Depois de tudo isso os dimalela alugam viaturas que transportam o combustível até a fronteira com a RDC onde é comercializado”, explicou.

Por sua vez, Sebastião Kufica, munícipe, disse que embora o parque automóvel da cidade tenha crescido nos últimos tempos é inacreditável que o combustível que chega às duas bombas (Sonangol e Pumangola) se esgote em menos de 24 horas.

“O que tem acontecido é que quando a polícia aperta o cerco aos contrabandistas, o combustível permanece mais tempo nas bombas. Basta desapertar as medidas, o produto acaba em menos de 24 horas”, rematou.

Entretanto, o porta-voz interino da Delegação Provincial do Ministério do Interior, Luís Bernardo, disse que a corporação em coordenação com o Serviço de Investigação Criminal (SIC) na região tem levado um combate cerrado ao contrabando de combustível, cujos resultados são visíveis a todos.  

Exemplificou, que nos últimos cinco dias a Polícia Nacional procedeu à apreensão, no município do Soyo, de 77 mil e 575 litros de combustível que estavam a ser transportados para a vizinha República Democrática do Congo (RDC).

“Pedimos à população para continuar  a colaborar com as autoridades, denunciando os supostos contrabandistas de combustível”, solicitou o porta-voz.

Ao todo, estão contabilizados sete postos de atendimento de combustível na cidade de Mbanza Kongo, sendo dois de média dimensão (Sonangol e Pumangol), ao passo que os outros são reservatórios adaptados em contentores.

Calcula-se que haja, na cidade de Mbanza Kongo, cerca de três mil moto-táxis e 450 viaturas (azul e branco) em serviço de táxi, para atender um universo de mais de 155 mil habitantes. 

Fonte: Angop

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