Ângelo Ramalho, o homem que Isabel dos Santos escolheu para CEO da Efacec, não só se mantém no cargo como é promovido a presidente do conselho de administração da empresa nacionalizada há cerca de três meses.
Ramalho assume, assim, os cargos de CEO e chairman da Efacec, sendo que nesta última cadeira estava anteriormente sentado Mário Leite da Silva, o gestor dos negócios de Isabel dos Santos em Portugal.
Jaime Andrez, presidente da Parpública, assim como Carlos Ribeiro, que também pertence aos órgãos sociais da gestora de participações públicas, são dois dos novos nomes escolhidos pelo Estado português para a administração da Efacec, que foi eleita em assembleia geral da empresa realizada na passada sexta-feira, 2 de outubro.
“A comissão executiva é também presidida por Ângelo Ramalho e é composta pelos vogais executivos designados para o conselho de administração”, refere a Efacec, em comunicado.
Na administração mantém-se como executivos Manuel Ferreira, Fernando Vaz, Nuno Silva e Michael Silva, e entram como não executivos Maria Gabriela Chouzal, Rui Diniz e Manuel Carvalho Gonçalves.
Foi a 2 de julho que, com as negociações para a venda da posição de Isabel dos Santos na Efacec a passo de caracol, o Governo decidiu nacionalizar a sua participação de 71,73% para evitar o colapso da Efacec. Uma nacionalização temporária, prometendo “a sua imediata reprivatização, a executar no mais curto prazo possível”.
Em rutura de tesouraria iminente, estando já a falhar pagamentos a fornecedores e com a liquidação do subsídio de férias dos trabalhadores à porta, a Efacec estava desde a nacionalização parcial a aguardar a injeção do prometido empréstimo de 50 milhões de euros que lhe iria permitir regressar à normalidade.
O dinheiro, que entrou na empresa a 17 de agosto, foi emprestado pelos cinco bancos credores da empresa (CGD, BCP, Novo Banco, BPI e Banco Montepio), com a garantia do Estado, tendo os respetivos contratos de financiamento sido assinados a 14 de agosto.
Entretanto, a Winterfell, empresa de Isabel dos Santos que detinha a participação da Efacec que foi adquirida pelo Estado, impugnou a nacionalização desta empresa, argumentando que não foi ouvida antes desta decisão do Governo, ao contrário dos restantes acionistas.