Eduardo dos Santos e o desmoronamento moral do seu núcleo familiar

A semana passada, dois factos noticiados pela imprensa e pelas redes sociais expuseram o acentuado declínio da família de José Eduardo dos Santos

JES e o seu desacreditado núcleo familiar

Com o patrono da família recolhido a um exílio voluntário em Espanha (a propósito, quando é que alguém se dignará dizer aos angolanos quanto lhes custa aos bolsos o exílio dourado do ex-presidente?), Isabel e Tchizé dos Santos voltaram a ocupar espaços de destaque na comunicação social e nas redes sociais, e não por boas razões.

Presença quase permanente nas páginas da imprensa portuguesa, a primogénita de José Eduardo dos Santos voltou a chamar atenção por causa do seu mau feitio de manipular os factos, torturar a verdade e de não pagar dívidas.

Já Tchizé (meia-irmã), é assim que Isabel se refere à outra, porventura a filha de JES que mais encarna o estado de negação da realidade, voltou a ser notícia nas redes sociais pelas mesmas razões de sempre: o vazio que lhe povoa a cabeça e a futilidade das iniciativas em que se envolve.

No plano das ideias, área em que transita com notórias dificuldades, a ex-deputada sugeriu, de modo estapafúrdio, uma reconciliação entre o seu pai e o presidente João Lourenço. O que ela não disse é onde, quando, onde e porquê JES e JL se reconciliariam. Também não deixou claro se ambos falariam através de videoconferência ou se o pai dela virá ao país para o face to face o Presidente da República.

Fora do campo das ideias, a ex-membro do Comité Central do MPLA insinua-se agora como manequim de roupas de praia…

No dia 27 de Julho, a primogénita de José Eduardo dos Santos antecipou-se à assembleia-geral da Unitel, marcada para aquela mesma data, para reclamar o pagamento de uma dívida de 322 milhões de dólares.

Em comunicado, Isabel dos Santos disse que no exercício económico de 2014, a Vidatel, empresa com a qual participa no capital da Unitel, teria emprestado 322 milhões à operadora telefónica.

“Nas contas referentes a 2016 consta que o valor registado no accionista Vidatel, além dos dividendos em dívidas que transitam de 2015, incluem o valor de 322 milhões que resultam do término em 2016, que é ainda referente ao acordo de suprimento efectuado entre a empresa e o accionista em 2014”, diz o comunicado. No mesmo documento, Isabel acrescenta que a “existência dessas dívidas se deve a razões unicamente imputáveis à Unitel”, visto que ela “indevidamente não procedeu ao pagamento” da dívida, que, segundo ela, estaria “registada nas contas auditadas e reconhecidas pela assembleia geral dos accionistas durante vários anos”.

No mesmo dia 27, a assembleia-geral da Unitel emitiu um comunicado em que negou de maneira veemente qualquer dívida à accionista Vidatel, de Isabel dos Santos. “Inexiste qualquer contrato de suprimentos da acionista Vidatel com a Unitel“, refere o comunicado.

A Unitel reconhece, no entanto, ter dividendos a pagar ao accionista Vidatel no valor equivalente a 136 milhões de euros, mas refere que os motivos para a não transferências desses montantes lhe são alheios, e sublinha “as restrições do Despacho de Sentença n.º 519/19, pelo qual a Unitel está impedida de fazer transferências para a Vidatel”.

O comunicado esclarece que quem tem dinheiro a receber de dívidas é a própria Unitel, a quem a accionista Vidatel deve mais de 400 milhões de dólares.

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