Depois do deputado da UNITA, David Mendes, ter impelido as pessoas a deixarem de usar a mascara facial dentro das suas viaturas, quando estiverem sozinhas, como forma de repúdio a lamentável morte do Dr. Sílvio Dala, uma gigante onda de apelo a desobediência civil surgiu e se proliferou nas redes sociais.

Porém, precisamos analisar bem antes de mergulharmos na demagogia e populismo de certas figuras. A desobediência civil não se encaixa para o panorama angolano, uma vez que, nos Estados Unidos e o resto do mundo, ela é maioritariamente aplicada para os casos de racismo, que é o que não acontece cá.
O deputado foi infeliz, uma vez que, para casos do género, a justiça deve actuar, responsabilizando o infractor. É de domínio público que todo e qualquer profissional, no exercício do seu ofício, pode cometer erros, pelo que, também, deverá incorrer as sanções que lhe serão atribuídas.
Compreende-se que, ao exigir o uso de máscara facial no interior do carro próprio, ainda que o condutor esteja sozinho, as autoridades falharam, mas não podemos banalizar a certeza de que foi por um motivo maior, preservar o bem mais importante, a vida pública. Entretanto, precisamos é sugerir as autoridades de direito a reanalisarem esta medida cautelar, e não incentivarmos à desordem social, pois tal acto pode propiciar mais violência.
A má actuação policial não pode desencadear uma rebeldia social, pois isso pode configurar-se num problema maior, já que sabemos que os policias angolanos precisam urgentemente de formações e actualizações de educação pedagógica e deontológica.