Morreu nesta terça-feira (24.11), o músico Teta Lágrimas, vítima de doença, autor dos sucessos «Amizade Colorida», «Dilema», «Coisas da Vida», «Genuinamente», «Letra Chorada», uma homenagem ao seu irmão Teta Lando, também já falecido, «Essa preta me mata», «Amor em crise», «Luanda já foste linda», «Lágrimas do Coração» e tantos outros.

A informação foi confirmada à comunicação social pelos familiares, que lamentam mais uma perda que deixa empobrecido a cultura nacional. 2020 tem sido, de facto, um ano de desgraças para a cultura angolana, principalmente, no que diz respeito à música, com o desaparecimento físico de «grandes ‘monstros’» como Carlos Burity e Valdemar Bastos.
«Eu canto o que me vem da alma», dizia Teta Lágrimas, que era de opinião que «a música angolana está a atravessar um estado de graça e o país já consome mais música nacional».
Entretanto, defendia ser «preciso mais apoios institucionais para permitir que o artista faça o seu trabalho em condições dignas e possa produzir obras de qualidade.
Actualmente aposta-se muito no imediatismo e, por isso, apesar de haver mais produção musical, grande parte desses trabalhos deixa muito a desejar e não valorizam em nada a cultura nacional. Há muitas aberrações e estereótipos que distorcem as nossas tradições e deviam ser acauteladas».
Em relação à produção de discos, Teta Lágrimas dizia que os artistas, principalmente os músicos, continuam a ser pedintes porque, para se pôr um disco no mercado é preciso passar por diversas peripécias. «Fazer um disco e pô-lo no mercado fica muito caro e os músicos só o conseguem fazer depois de bater várias portas. Mesmo a publicidade fica mais cara que a produção do próprio disco e esta é outra situação que complica sobremaneira a vida do artista, que não tem possibilidades para publicitar a sua obra ou a sua actividade profissional».
Teta Lágrimas apelava às instituições do Estado, nomeadamente aquelas ligadas ao Ministério da Cultura, entre outras, para desenvolverem programas que facilitem a produção artística e confiram dignidade aos artistas.
As suas obras abordam o amor, o quotidiano, sem esquecer canções de intervenção social e gospel. À sua família, à Cultura Nacional e aos seus fãs, o Jornal 24 Horas apresenta os mais sentidos pêsames. Que a sua alma esteja em paz junto do Criador!