Covid-19: Presidente da República afirma que a salvação está na auto-disciplina

Presidente da República, João Lourenço, chamou, ontem, a atenção da população para levar “muito a serio” a realidade da circulação comunitária do novo coronavírus no país e tomar medidas que evitem a contaminação.

Presidente da República, João Lourenço
Fotografia: DR

O Chefe de Estado dirigiu uma mensagem à Nação para partilhar com a população a preocupação crescente derivada do facto de, não obstante os sacrifícios consentidos por todos, o país estar já com circulação comunitária, com destaque para a província de Luanda.

 “O nosso apelo vai no sentido de levarmos muito a sério esta nova realidade com a qual passamos a conviver todos os dias nas ruas e em todos os locais públicos, sobretudo fechados e com alguma concentração de pessoas”, exortou.

O Presidente João Lourenço pediu que todos tenham consciência de que não é o investimento em unidades hospitalares, em meios de tratamento e em pessoal médico especializado que vai salvar as pessoas, a julgar pelo que se observa nos países industrializados e mais desenvolvidos.

Mesmo tendo inúmeros recursos financeiros, os mais modernos centros de investigação científica, a mais desenvolvida indústria farmacêutica e outras valências, lamentavelmente, referiu, estes países têm um número crescente de infectados e de mortos bastante grandes.

“Esta triste realidade, que pode bater à porta a qualquer país, só vem confirmar que a Humanidade só ficará salva desta pandemia quando se descobrir uma vacina segura e de distribuição à escala planetária”, considerou. Até que isso aconteça, o Chefe de Estado disse haver apenas uma atitude a tomar: “tudo fazer para evitar sermos contaminados ou contaminarmos os que nos rodeiam, numa palavra, prevenir-nos”.

Para o Titular do Poder Executivo, prevenir-nos significa “partirmos do princípio de que, até prova em contrário, nós próprios somos um potencial infectado que pode contaminar outros por um lado, mas, por outro lado, e também até prova em contrário, todos os que nos rodeiam são potenciais infectados e, portanto, podem nos contaminar”.

Se todos tiverem este princípio sempre presente, o Presidente da República acredita que “vamos nos proteger e vamos proteger a quem nos rodeia”. Embora a cerca sanitária esteja sobretudo à volta da província de Luanda e de Ndalatando, no Cuanda-Norte, João Lourenço exortou a todos o incremento das medidas de prevenção recomendadas pelas autoridades competentes, como manter o distanciamento entre as pessoas, evitar, na medida do possível, as concentrações de pessoas, todo o tipo de afectos com contacto físico, lavar as mãos com água e sabão ou com álcool em gel, tantas vezes ao dia quanto possível e – talvez a medida mais importante – usar correctamente a máscara, tapando a boca e o nariz.

“Pior do que não usar a máscara, é usá-la incorrectamente, porque enganamos a nós próprios, enganamos a quem nos rodeia, enganamos as estatísticas da Saúde Pública. Lembre-se, nossa salvação individual e colectiva está na nossa auto-disciplina, está na prevenção. Cuide-se, cuide de quem nos rodeia”, apelou.

O Presidente João Lourenço lembrou que, desde que se tornaram públicos os primeiros casos de Covid-19 no mundo, no início do ano, o país mobilizou-se e começou a tomar as medidas que na altura se julgavam as mais adequadas para fazer frente à pandemia. Desde os sucessivos períodos de Estado de Emergência ao Estado de Calamidade, disse, todos os esforços foram no sentido de conter ao máximo a possibilidade real de propagação do vírus, ao mesmo tempo que se procurou não penalizar muito a economia nacional e os direitos fundamentais e o bem-estar dos cidadãos, “exercício de equilíbrio nem sempre tão fácil de se exercer”.

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