Internamento de pacientes com Covid-19 nas clínicas privadas ronda entre um e 13 milhões de kwanzas. Familiares consideram “absurdo” os valores cobrados e pedem intervenção do Ministério da Saúde (MINSA).
Um milhão de kwanzas é o valor mínimo diário a desembolsar para internamentos em casos de Covid-19 nalgumas clínicas privadas da cidade capital, constatou o Novo Jornal em instituições privadas de saúde.
Na semana passada, Gonçalves Cardoso, de 53 anos, após três dias com febre, dores de cabeça e tosse, deslocou-se à Clínica Sagrada Esperança para fazer o teste, onde acabou por testar positivo à Covid-19. Por ser hipertenso, como precaução, a equipa médica sugeriu que passasse a noite na unidade hospitalar, para que fosse observado.
Para o espanto, Gonçalves Cardoso foi informado que teria que desembolsar um milhão de kwanzas para uma noite de internamento.
“Disseram-me que, para internar, tinha de pagar um milhão de kwanzas, caso contrário podia ir-me embora”, recorda.
O também funcionário público considera “absurdo” e “ridículo” que as clínicas se aproveitem da pandemia para lucrar, por isso sugere que o Estado regule os valores cobrados.
Ainda na mesma clínica, Domingas João, também paciente, conta que, pelos dois dias que ficou em observação, a família pagou 1.300.000 kwanzas.
Segundo apurou o NJ da Clínica Sagrada Esperança, para os internamentos, é cobrada uma caução mínima de 1.500.000 kwanzas para a assistência médica, materiais de biossegurança e alimentação.
“O valor pode ser mais ou menos, depende dos gastos do paciente. O importante é não ter o saldo da caução negativo, por isso a instituição vai informando aos familiares qual é o saldo que tem na conta”, explica um funcionário sob anonimato.
Fonte: NJ