O Governo angolano propôs o desagravamento do Imposto Especial de Consumo (IEC), para o setor das bebidas, que prevê passar de 25% para 8% para os refrigerantes e 11% para as cervejas e sidras.
A proposta foi hoje aprovada na reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros e, segundo a ministra das Finanças, Vera Daves, a redução é resultado do consenso que se atingiu a nível técnico, submetido ao crivo político, que anuiu favoravelmente.
Vera Daves referiu que até à data havia uma taxa geral do IEC de 25% para a generalidade das bebidas, que se consideravam objeto de tributação, entretanto considerada alta para os produtores do setor.
Segundo a ministra, como resultado de um diálogo com as associações do setor, foi proposto um desagravamento, mas em função da tipologia dos produtos.
“Estamos a propor a redução para 8%, para os refrigerantes, estamos a propor 11% para as cervejas e sidras, estamos a propor a redução para 15% para os vinhos e para 21% para os destilados e espirituosas”, adiantou a ministra, no final da reunião.
A governante angolana sublinhou que, igualmente em alinhamento com os operadores, propôs-se também transformar o IEC num imposto eletrónico, da mesma forma como acontece com o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).
A titular da pasta das Finanças realçou que o IEC ainda é tramitado manualmente, nesse sentido é sugerida a alteração para “ganhos de eficiência” e para tornar mais efetivo o processo de controlo desse imposto.
“Que seja tramitado eletronicamente, instalando dispositivos como selos físicos e eletrónicos, medidores de produção, de modo que todo esse acervo eletrónico deverá ser levado a cabo para assegurar que a tramitação e o processamento desse imposto seja eletrónico”, explicou.
O objetivo visa que “os sistemas dos operadores comuniquem com os sistemas da administração geral tributária e assim se consigam ganhos de eficiência e também economia de tempo, o que for necessário fazer de ações de fiscalização”, indicou.
Em 2019, a Associação das Indústrias de Bebidas de Angola (AIBA) manifestou-se contra este imposto, solicitando às autoridades que fosse revertida a medida unilateral de agravamento do IEC, que colocava em causa a continuidade de muitas empresas.
Naquela altura, em comunicado, a AIBA considerava importante uma consulta para uma correta avaliação do impacto “tremendamente negativo”, manifestando inquietação por a associação e as demais associações setoriais não terem sido chamadas a comentar e a contribuir para a decisão do aumento do imposto de 16% para 25%.