Banca está a ser chamada a criar novos empresários

Os bancos angolanos devem ser capazes de fazer surgir, mesmo em momentos de crise, uma nova classe de empresários, que garantam o crescimento económico e o emprego.

 
Esse ponto de vista foi defendido por um dos sócios da Deloitte em Portugal, Jorge Marrão, à margem da apresentação, em plataforma virtual, da 14ª Edição do estudo “Banca em Análise”, correspondente ao ano 2019, iniciativa da Deloitte Angola.
Em seu entender, os bancos, que são entidades especializadas em estudar o risco e o perfil de cada cliente, devem conseguir perceber o potencial empresarial das pessoas. O facto de o activo do sector apresentar uma subida, quando comparado ao ano anterior, é demonstrativo dessa necessidade.
Segundo o estudo, o crédito concedido aos clientes caiu 10 por cento. Embora o lucro tenha caído, os participantes no painel, que analisou o contexto actual da banca nacional, fazem questão de aferir que o desempenho negativo do sector não foi na generalidade dos bancos, mas em alguns operadores.
Sobre as punições aplicadas recentemente aos bancos comerciais pelo Banco Nacional de Angola (BNA), que não desembolsaram crédito à produção nacional, conforme sua orientação, Jorge Marrão diz que o cenário é de facto de maior concertação.
Para Jorge Marrão, “se de um lado está o BNA a reconhecer dificuldades dos bancos comerciais no actual ambiente económico interno e externo e de crescimento, o incumprimento com os créditos no sector advoga, por outro, que os bancos não devem deixar de apoiar os programas que pretendem garantir a produção interna e a capitalização dos empresários.
Também Jorge Morrão diz não entender as exigências dos bancos com “estudos de viabilidade”, quando estes podem, internamente e no interesse do mercado, apoiar os interessados na concepção de projectos, desde que vislumbrem neles rendibilidade, ou ao promotor capacidade de gerar lucro com o capital a aplicar.
BAI
O presidente da Comissão Executiva do Banco Angolano de Investimentos (BAI), Luís Lélis, garantiu que a instituição que representa continuará a potenciar o crédito. Também, notou que, nos últimos meses, o BAI já aprovou seis programas.
Vantagens na informalidade
Os economistas Alves da Rocha e Jorge de Macedo defendem que as autoridades deixem de se focar na formalização da actividade comercial, apenas no intuito de aumentar as receitas tributárias.
Ambos advogam a mudança na abordagem do tema sobre informalidade, já que os mercados do género decorrem de contextos próprios, ainda que os dois analistas não se assumem como defensores dessa prática.
Quer Jorge de Macedo, quer Alves da Rocha, “o sector informal da economia tem de ser visto como preponderante, devido o seu peso social”. Para ambos, “o incremento da produção nacional deve ser acompanhada por um aumento da procura e isso só pode ser possível com o aumento do poder de compra das famílias”.
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