Falta de seguro de saúde e a não-inscrição da maior parte dos trabalhadores na Segurança Social são algumas das preocupações do sindicato das empresas de segurança. Organização considera “desumanas” as condições de trabalho a que são submetidos os seus associados.
O secretário do Sindicato das Empresas de Segurança Privada e Sistemas de Autoprotecção (SINTESAP), Francisco Simão, denunciou, esta semana, ao Novo Jornal, que muitos seguranças no exercício das suas funções, sobretudo devido à ausência de meios técnicos de trabalho, contraíram vários doenças que hoje os impossibilitam de labutar.
“Existem colegas que contraíram vários ferimentos e patologias no exercício das funções, como lesões corporais, tuberculose, insuficiência renal, hérnias, impotência sexual, gastrites, entre outras, e, no momento de tratamento, tiverem de usar os seus recursos financeiros. Na maioria das vezes, são mandados para casa sem assistência médica e ainda são descontados”, explicou.
De acordo com o sindicalista, para as entidades empregadoras, os acidentes ocorridos no posto de serviço, envolvendo armas de fogo, “não são considerados acidentes de trabalho e nem têm a cobertura de seguro, o que leva os sinistrados ao estado de abandono até à morte”, lamentou, sublinhando que, até ao mês de Agosto, duas mortes foram confirmadas.
Francisco Simão denuncia, igualmente, que a maior parte dos associados não está inscrita na Caixa de Segurança Social e vai para a reforma mais pobre.
“Existem trabalhadores que sofrem descontos, mas a empresa não transfere os valores para a SS. Estamos a referir-nos a mais de 40% das empresas. É uma preocupação de todos os seguranças controlados por nós a nível nacional”, observa.