O ministro da Economia e Planeamento, Sérgio Santos, defendeu, ontem, uma mu-dança de paradigma na cooperação com a China, com um novo foco voltado para o desenvolvimento de projectos do sector agrícola.
Em entrevista à revista “China Investment”, publicada ontem, Sérgio Santos destacou a necessidade de “mudança de paradigma no modelo de cooperação com a China” e realçou o plano de reanimação do sector produtivo e da diversificação da economia.
“Precisamos mudar o foco da nossa cooperação, dando maior ênfase aos sectores de produção agrícola, processamento alimentar e plataformas logísticas”, disse Sérgio Santos.
O ministro indicou que gostaria de ver mais empresários chineses a explorarem as novas oportunidades disponíveis no sector do agro-negócio.
Apontou a produção de fertilizantes e de máquinas para lavoura como exemplo de oportunidades de negócios para os empresários chineses, tendo em conta que são bens essenciais à actividade agrícola e que Angola ainda não produz localmente.
Em termos de fertilizantes, explicou, Angola é completamente dependente das importações, e sobre as máquinas para lavoura, cerca de 72 por cento das terras é preparada manualmente e 25 por cento por tracção animal.
Segundo Sérgio Santos, Angola procura expandir a cooperação com empresas chinesas que possam contribuir para o desenvolvimento do potencial agrícola e diminuir a importação de bens que podem ser facilmente produzidos no país.
Angola, sublinhou, pretende investir, fortemente, a médio prazo, em projectos que visam contribuir para o aumento da produção de cereais, hortaliças, frutas e tubérculos, construção de perímetros irrigados, assim como incentivar a produção animal.
Sérgio Santos convidou as empresas chinesas especializadas em serviços e sistemas de logística para investirem em Angola, sobretudo no domínio do desenvolvimento de aplicativos tecnológicos que facilitem as informações do mercado e a sua conectividade.
O ministro destacou que Angola tem uma localização geográfica privilegiada em África e é membro de duas comunidades económicas regionais, a Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), a Norte, e a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), a Sul.