Angola pode ser auto-suficiente em carne bovina – pecuarista

O pecuarista Adelino Cayove, criador de gado bovino na comuna de Catengue, município de Caimbambo, província de Benguela, considerou hoje que Angola tem condições de se tornar auto-suficiente na produção de carne em menos de cinco anos, caso aumento os apoios aos empreendedores.

Ao falar à imprensa, na comuna de Catengue, Adelino Cayove disse que, se forem abertas linhas de crédito específicas para os grandes criadores, de modo a prepararem melhor as suas fazendas, com as devidas divisões do gado, água canalizada, produção de pasto abundante e garantia de assistência de técnicos veterinários, em menos de cinco anos o país deixaria de importar carne.     

“O boi para abate, principalmente os de raças cruzadas, está pronto em dois anos”, disse.

O criador recordou que, antes de 1975, o Brasil importava carne de Angola e hoje é um dos maiores produtores do mundo.

“O boi saía de Caimbambo para o Lobito e daí para o Brasil, ainda presenciei isso no início dos anos 70”, acrescentou.

O pecuarista informou que só a área de Catengue possui um efectivo em termos de bovinos de mais de 150 mil cabeças, dos quais 1.300 estão actualmente na sua fazenda de 900 hectares.

Para si, o mais difícil tem sido adquirir água para o gado, uma vez que a área de Catengue é bastante seca e o rio mais próximo dista sete quilómetros da sua fazenda.

“Diariamente, tenho que transportar numa carrinha cerca de 25 mil litros do precioso líquido para os animais, dos quais 15 mil são consumidos a cada dia”, referiu.

“Temos um furo com mais de 100 metros de profundidade, mas infelizmente não possui água”, lamentou.

Para inversão desse quadro, disse, só beneficiando de um crédito bancário. Entretanto, Adelino Cayove adiantou que já recorreu a algumas instituições bancárias, mas ainda não conseguiu o almejado crédito, pois, “eles não aceitam os animais como garantia”, enfatizou.

“Com um crédito de 400 mil dólares tinha condições de, em dois anos, duplicar o efectivo animal, mas até agora nenhum banco ainda me concedeu”, desabafou.

Por outro lado, solicitou uma maior divulgação entre os criadores, do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI), de Alívio Económico, dentre outros, de iniciativa governamental, para que se inteirem dos seus benefícios.

Fonte: ANGOP

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