Luanda – O Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, afirmou, na quinta-feira, que o país está a implementar um “processo pioneiro de reformas” das instituições democráticas e moralização da administração pública, com destaque para o combate à corrupção.
Bornito de Sousa intervinha no debate final, por videoconferência, do IX encontro “Triângulo estratégico América Latina-Europa-África”.
O Vice-Presidente da República sublinhou que as reformas se estendem à descentralização do poder municipal, melhoria do ambiente de negócios e diversificação da economia.
“Angola é um país que tem tudo para dar certo. Tem recursos demográfico, hidrográfico, terras aráveis, entre outros. Está aberta ao investimento privado”, afirmou Bornito de Sousa.
Conforme Bornito de Sousa, apesar de a Covid-19 condicionar um conjunto de medidas, o Governo procura assegurar a saúde e o bem-estar dos cidadãos sem barrar o crescimento económico.
Bornito de Sousa afirmou que Angola está inserida no quadro da estratégia de multilateralismo e das alianças estratégicas interatlânticas.
O Vice-Presidente assegurou aos participantes de países e instituições europeias, latino-americanas e africanas que Angola pode jogar um papel fundamental no quadro do assistencialismo de ajuda pública ao desenvolvimento.
A ausência deste modelo nos países africanos, referiu, tem levado os jovens a imigrarem ilegalmente para países com estabilidade.
Bornito de Sousa defendeu acção conjunta na promoção da estabilidade politica, ambiente democrático, oferta de sistemas de ensino e educação que promovam a empregabilidade e o empreendedorismo, o agronegócio e transformação local das matérias-primas.
Para Bornito de Sousa, no quadro da resposta à crise global, África acaba por ser o elo mais fraco, pela dificuldade em resolver o problema com recursos próprios e as deficiências ao nível dos sistemas educativos e do conhecimento, apesar de ter cerca de 1.3 mil milhões de habitantes e pela riqueza que possui.
Exortou à transformação do triângulo num instrumento de trocas de experiências humanas, tecnológicas, de infra-estruturas, de recursos humanos, ecológicos, oportunidades e de solução de problemas comuns como a dívida.
Disse ser essencial a transferência de conhecimento científico e tecnológico no quadro dos sistemas de educação, do turismo, da cultura e história, ao agro-negócio, à agro-indústria, agricultura familiar, infra-estrutura, logística, segurança, bem como aos desafios da 4ª Revolução Industrial, à governação local e ao fortalecimento das instituições democráticas, ente outros.
Interveio também no debate final a secretária-geral da Organização Ibero-americana, Rebeca Grynspan, que considerou corajosas as reformas e curso em Angola.
Enrique Iglesias, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros da Uruguai, defendeu a conciliação dos interesses dos países que partilham o Oceano Atlântico.
A sessão final contou também com as participações dos ex-ministros dos Negócios Extrangeiros do Perú, Manuel Cuadros, e Susana Malcorra (Argentina) que defenderam o reforçoo da cooperação entre os países das America Latina, Europa e África.