A PGR não tuge nem muge e, à volta dos processos dos gatunos que desgraçaram o país, apenas ficou o silêncio

Os angolanos continuam expectantes em relação ao cumprimento integral das promessas do Presidente João Lourenço de combate à corrupção, peculato, nepotismo, impunidade, entre outros, considerando que, depois dos primeiros alardes, actualmente tudo se esmoreceu. A PGR não tuge nem muge e, à volta dos processos dos gatunos que desgraçaram o país, apenas ficou o silêncio
Depois do Presidente da República, João Lourenço, ter dado um prazo para se devolver ao país o que fora indevidamente subtraído e de ter criado um grupo de trabalho multi-sectorial, cuja missão seria de identificar, no país e no estrangeiro, investimentos privados constituídos com base em património do Estado ou financiados com dinheiros públicos, já não se fala mais no assunto.
Falou-se em algumas devoluções disto e daquilo, por parte de determinados infractores, que segundo a opinião pública não passou de uma “gota no oceano”, comparando com o que realmente foi roubado ao país durante décadas consecutivas e, presentemente, o “pano caiu sobre a cena”, ou seja, a peça chegou ao fim.  
Tendo em conta que muito se falou da intranquilidade que as políticas anti-corrupção de João Lourenço geraram em sectores das elites políticas e militares, crê-se que, para evitar constrangimentos que possam pôr em causa a sua autoridade enquanto Chefe de Estado, porque criou-se a ideia de que “o combate contra a corrupção é para alguns e não para todos”, está a haver um abrandamento propositado à volta do assunto.
A sociedade angolana está indignada, porquanto, o Governo passa o tempo a falar de crise e a endividar cada vez mais o país, enquanto os gatunos continuam a usufruir livremente as riquezas obtidas fraudulentamente e o povo angolano vive na miséria.
Indivíduos como Manuel António Rabelais, Manuel Vicente, Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino”, Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, Joaquim Sebastião, Ismael Diogo da Silva, entre tantos outros, há muitos que deveriam estar a contas com a justiça e “cadiabutados”. Aliás, alegam os especialistas, só o facto de alguns deles terem entregue algum dinheiro, uma ou outra empresa constituída com dinheiros públicos, é matéria de culpa, porque confirma que, afinal, meteram mesmo as mãos no que não era seu e, com isso, levaram o país à desgraça.
Os angolanos continuam a espera da resolução deste impasse. Hoje por hoje, talvez para confundir a opinião pública, alega-se que não há um só elemento nas elites políticas e militares de Angola que não tenha constituído fortuna roubando e fazendo vítimas entre as pacatas populações, incluindo o próprio Presidente João Lourenço, sua esposa e familiares, atendendo que sempre estiveram ligados ao regime de José Eduardo dos Santos, que hoje querem condenar.
Esta será a principal razão para que não se condene devidamente todos quantos mergulharam Angola no profundo infortúnio em que se encontra. O dito combate contra a corrupção parece ser apenas um lenitivo para distrair os angolanos, porque o saque continua e a bom ritmo.
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